As conversas que todos do grupo tiveram com Erich von Däniken foram animadas e marcadas pela sua espontaneidade e simplicidade. Mas um bate-papo especial que tive com ele resultou em algo mais: uma entrevista que logo teremos a oportunidade de publicar na íntegra. Enquanto isso, apresento aos leitores da Revista UFO a parte inédita das afirmações dele, quando respondeu a uma pergunta minha, se se considerava um contatado. Inesperadamente, ele respondeu com informações que afirmou nunca ter dado a nenhum jornalista antes, e nem publicado em lugar algum.

Lallá Barretto: O seu primeiro livro, Eram os Deuses Astronautas?, foi um acontecimento planetário e suscitou muitas pessoas a se tornarem pesquisadores em todo o mundo. Gostaria de saber se o senhor considera ser portador de alguma missão ou ter tido alguma inspiração particular para cumprir esse papel tão fundamental de divulgador da Teoria dos Antigos Astronautas.

Däniken: É possível. Não excluo essa possibilidade, mas talvez por outra razão. Depois de ter escrito 38 livros sobre este tema, às vezes recebo na minha mesa um dos meus livros traduzidos, e como falo muitas línguas, sempre dou uma olhada para ver se a tradução está correta. E pergunto a mim mesmo: “Erich, como você pôde escrever isso?” Ou seja, me pergunto de onde vêm tais informações?

LB: Quando o senhor relê o que escreve, se dá conta de que não tinha totalmente posse de uma ideia no momento em que a colocou no papel? É isso que está dizendo?

D: Exatamente. Eu me pergunto de onde saiu aquilo. E relaciono isso com dois ou três sonhos fantásticos que tive com extraterrestres e UFOs, mas que foram apenas sonhos. Nunca vi discos voadores, só em sonhos.

LB: Quais sonhos?

D: Em um deles eu era o piloto de um jato de guerra. Junto a mim havia quatro outros jatos e eu era o número cinco. Partimos todos a grande velocidade. De alguma maneira, no meu sonho, soube exatamente isso: “Erich, com o seu jato você só pode voar a 11 mil metros de altitude. Mais alto do que isso seu avião explode”. Fiz como se não tivesse entendido, porque era um sonho. E continuei subindo como um louco, enquanto meus companheiros diziam: “Erich, o que você está fazendo? Tem alguma coisa errada com a sua aeronave”. Mas eu continuei e meu jato explodiu.

LB: O que aconteceu então?

D: No mesmo segundo eu me vi deitado em um quarto, que não sei onde era, com alguém que estava sendo muito gentil comigo — sempre entrava na minha cabeça uma voz que dizia, em uma língua que não era alemão e que não conheço: “Ele está de volta. Ele está aqui de novo”. E de repente pessoas idosas chegavam e também falavam comigo. Pegavam minhas mãos e diziam — não me chamando de Erich, mas de um outro nome que eu tinha lá — que a missão não terminou. “Você vai voltar e continuar”. E acordei na minha cama em seguida. Como queria continuar esse sonho!

LB: O senhor teve outros sonhos como este?

D: Sim, alguns muito complicados, coisas engraçadas que às vezes acontecem. Os psicólogos diriam que isso é fácil de explicar, porque aquele era o meu desejo. Em outro desses sonhos alguém me chamava: “Erich, vem aqui fora. Há UFOs aqui”. Saí, ainda no sono, e o céu estava cheio de centenas de discos voadores — alguns estavam aterrissando. Naquele instante tive um sentimento de felicidade que você não pode acreditar. Estava completamente feliz correndo naquela direção. Mas era um sonho…

LB: Então em sonhos o senhor sempre volta para casa? Já escreveu em algum livro estes sonhos ou contou a alguém sobre eles?

D: Sim, eu sempre volto para casa em sonhos. Mas nunca falei deles para outras pessoas como estou falando hoje para você. Sobretudo não para jornalistas, que diriam logo: “Erich von Däniken é completamente louco”. Para eles só digo coisas que podem ser comprovadas.