Nunca tinha ouvido falar de Capilla del Monte até a palestra de Gustavo Fernández, no XVIII Congresso Brasileiro de Ufologia, realizado em Curitiba em 2017 pela Revista Ufo.  Descobri então a arquiconhecida cidadezinha, só eu não conhecia!, tornada a capital espiritual da Argentina por ser lugar de impressionantes manifestações ufológicas, espirituais, esotéricas ou paranormais.

Situada na província de Córdoba, bem no coração do país, a pequena cidade desenvolveu-se ao pé do Cerro Uritorco, montanha que guarda os segredos de sua função sagrada milenar, ligada desde a sua origem ao fenômeno ufológico e a duas civilizações milenares que deixaram vestígios de ocupação da região.

A primeira, cujo nome perdeu-se na noite dos tempos, é atestada pelos terraços escalonados de pedra, por pedras estranhamente perfuradas, sugerindo tecnologias desconhecidas e rituais em que se “fumava” a terra. Formas de cabeças humanas e de animais gigantescas impõem-se à percepção visual do visitante, entre vestígio de fatura humana, que o trabalho de uma erosão muito antiga já teria confundido com a geologia do lugar, fazendo pensar em pareidolia. Constatamos que os antigos habitantes do lugar também viram, certamente mais nitidamente do que nós, nessas formações geológicas bizarras algo de transcendente, de sagrado, de irreal. Essa civilização foi datada com certeza em 8000 anos.

A segunda foi a civilização Henia-Kamiare, associação de dois povos provenientes provavelmente do norte da Argentina. Foi a civilização que teve o destino de resistir à irresistível conquista espanhola. A resistência foi radical. Os homens jogaram-se no vazio no monte, com mulheres e crianças, numa recusa heroica da condição de escravos a que seriam submetidos. A crônica dos conquistadores relata que os Comechingones, como ficaram pejorativamente conhecidos os Henia-Kamiare, afirmavam receber a visita de seus deuses e que elegeram o Cerro Uritorco como local de atividades religiosas e rituais para honrar seus visitantes. As cabeças humanas e silhuetas de animais sugerem o culto dos ancestrais em sua forma totêmica e xamânica.

Ou as peculiaridades da região foram feitas por uma civilização tão antiga que se perdeu da memória dos homens, ou as características únicas da região fizeram com que diferentes povos tenham visto o ambiente especial, vindo se instalar ali.

Todos os montes das cercanias estão referenciados ao Cerro Uritorco, e podemos supor que fosse o centro ritual mais importante, com diferentes outros pontos de energia, cujos acessos são trilhas escarpadas balizadas por pedras, pedregulhos e pedrinhas escorregadias barranco acima.

Na era moderna, os registros de manifestações ufológicas remontam aos anos 50, mas Capilla del Monte só entrou para o cenário mundial do mistério em 1986, quando uma enorme marca oval apareceu sobre a um dos flancos da montanha, formando a huella del Pajarito logo atribuída à aterrisagem de um Ufo. A verdadeira causa da marca, um incêndio no mato seco, misturou-se na época com um impressionante avistamento ocorrido dias antes, numa convergência de coincidências com a revelação, um ano antes, da existência da cidade intraterrena de Erks na região. Erks seria uma cidade extraterrestre e, de início, uma base física e tridimensional de Ufos. Porém, como nenhuma prova foi encontrada de sua existência efetiva, passou a ser considerada etérea e por isso situada no astral! Apenas escolhidos e iniciados podem entrar em contato com Erks. Para Fernandez, a lenda da fantasmagórica cidade escamoteia um conhecimento hermético muito mais profundo de contato com outras realidades.

E parece que esse se tornou o padrão em Capilla del Monte: entre verdade e ficção, entre lendas e realidade, vem atraindo há quase quarenta anos pessoas e grupos, polêmicos gurus envolvidos com a página policial, concentrando grande e significativo numero de todo tipo de abordagem do ufológico, do metafísico, do psíquico, do espiritual e do maravilhoso. Porém, a sucessão de pequenas fraudes oportunas para o turismo da região não conseguiu desacreditar os fenômenos que de fato ocorrem ali. Gustavo Fernandez sustenta que o lugar reúne as condições que indicam a existência de um portal na região, que define como um lugar geográfico onde o véu que separa mundos diferentes se faz mais débil, como uma deformação episódica do Tempo e do Espaço, uma anomalia da Geometria cósmica, permitindo conexões com realidades paralelas, normalmente inacessíveis pela limitação dos nossos sentidos e das três dimensões da nossa realidade. Para Fernandes, o lugar “é caixa de ressonância arcaica de conotações espirituais.”

As manifestações foram principalmente ufológicas no início, mas com o tempo o apelo energético e transcendental do lugar passou a acolher duendes, elementais, e todo tipo de guia espiritual, cura quântica, REIKI, curso de Milagres, H’Oponopono, leitura de registros Akachicos, etc.

Esse é o sentido que nos foi transmitido por Gustavo Fernández sobre a prática desse local, e veremos os diversos desafios pessoais que o Cerro Uritorco opôs ao grupo que se formou para a primeira aventura de Viaje com Gevaerd!

Por que viajar com Gevaerd? Primeiro porque com ele, que é um dos maiores ufólogos do planeta, vamos atrás de conhecer os lugares mais representativos do contato com o fenômeno Ufo. Quando extraterrestres elegem um lugar, pode apostar que é lindo e transbordante de alguma energia, que cada qual ou cada grupo incorpora aos seus anseios e crenças. O Gevaerd conhece muito bem esses lugares e as pessoas interessantes de encontrar quando se busca o contato.

Nosso grupo foi se formando com a chegada de cada uma das quatorze pessoas no Aeroporto de Guarulhos, onde pudemos encontrar amigos de outras viagens e as pessoas que conheceríamos na nova aventura. Nada é por acaso, muito menos o grupo que se formou rumo a Capilla del Monte. Algo como uma compreensão entre humanos logo reuniu as pessoas num grupo alegre em torno do Gevaerd, que tem o talento raro de congregar pessoas.

Encontramos Gustavo Fernandez no aeroporto de Córdoba, aquele mesmo da palestra de Curitiba, escolhido por Gevaerd para nos guiar e conduzir numa surpreendente experiência iniciática ancestral, cuja intensidade física e mental o grupo estava ainda longe de imaginar.

Chegar a Capilla del Monte já foi em si o início da experiência ancestral, porque, mesmo sendo logo ali na Argentina, viajamos praticamente o dia inteiro para chegarmos no hotel já depois da meia-noite.

Dissemos que lá onde tem extraterrestre é certeza de beleza natural e boas energias. Mas tem um porém: geralmente são lugares em que se fica precariamente alojado e alimentado. Das minhas andanças pelo planeta ufológico, ainda não encontrei nenhum lugar que contrarie essa regra. Logo compreendemos que não seria diferente em Capilla del Monte. Descobrindo o quarto, entrei no banheiro e dei de cara com um rodo me olhando atrás da porta. Pensei ingenuamente que teriam esquecido ao arrumar o alojamento. Mergulhei no chuveiro como se mergulha numa cachoeira, para desfazer a viagem. Ao sair do box, inundação! O ralo não absorvia nem dez por cento da minha cachoeira! Quase uma hora da manhã, entrei num relacionamento sério com a água, até desabar exausta numa cama surpreendentemente boa e com os lençóis limpos!

Nosso grupo amanheceu para a nova aventura no salão de café-da-manhã: um pãozinho sem graça, manteiga congelada, umas frutinhas meio tristinhas, café com leite, um suquinho ralo.

Mas isso era sem contar com Gevaerd, que tinha sofrido um pequeno acidente no pé antes da viagem e foi obrigado a ficar trabalhando no hotel tempo suficiente para melhorar o serviço! Foi resolvendo esses probleminhas. No dia seguinte o rodo tinha sumido do quarto, e o café-da-manhã chegou ao nível de um três estrelas, com ovo frito encomendado num restaurante próximo, presunto e queijo, que são ótimos na Argentina, mas estavam ausentes do café inicial. Foi providenciado também o jantar, bastante correto e com opções para as amigas ligadas em alimentação natural. Esses pequenos percalços do turismo ufológico foram também bastante amenizados pela simpatia do pessoal do Gran Hotel, sempre gentil e prestativo.

Nossa primeira visita ao Cerro Uritorco foi festejada por uma linda manhã com o sol brilhando no céu azul, realçando os verdes da vegetação, os cinzas das pedras e ocres das encostas e formações geológicas, numa magnífica impressão visual que persistiu durante os quatro dias em que estivemos encantados no Cerro Uritorco.

Tomamos uma trilha que nos levou a um suposto portal, encimado por uma pedra de quartzo branco, local onde o folclore esotérico afirma que escolhidos e iniciados podem vislumbrar a cidade intraterrena de Erks e entrar em contato com seus habitantes. Seguimos a trilha rumo ao Paso del Indio, quando descobrimos Gustavo Fernandez como um verdadeiro guia, no sentido iniciático da palavra. Ele nos explicou que as dificuldades que encontraríamos só poderiam ser vencidas se houvesse solidariedade no grupo, que um ajudasse o outro no caminho para ir além de si mesmo. Gustavo vivenciou muitas vezes a experiência ancestral do Cerro Uritorco, e ficamos com a impressão de que vem daí sua inacreditável disposição física e mental para conduzir pessoas, cada uma com seus achaques. Todos fomos postos à prova na subida íngreme entre pedras escorregadias, dando a mão, o pulso, o braço, um para o outro, criamos até mesmo a mão leve e a mão boba, aquela que empurra pelas nádegas!

Diferentes dificuldades e limitações de cada um se evidenciaram conforme avançávamos no caminho, revelando na mesma medida uma incrível capacidade de superação, de encontrar soluções individuais e coletivas para atingir um objetivo.

Também a capacidade de reconhecer seus próprios limites foi convocada. Chegamos todos sãos e salvos até o Paso del Indio, uma passagem estreita e arriscada que lembra uma enorme vulva, ladeada por um paredão reto e liso de pedra, que os adolescentes Henia-Kamiare, aos onze anos de idade, deveriam vencer sozinhos durante a noite, cumprindo o rito de passagem para a idade adulta.

Nosso grupo já estava bem longe dos onze anos, e comigo algumas pessoas deram por terminada sua iniciação antes de escalar o paredão. Sentamos nas pedras observando os que subiram além de si mesmos, acenando vitoriosos lá de cima! E depois, tivemos que descer de volta! O esforço físico e mental, e o sol, foram uma provação para alguns componentes do grupo. Felizmente, já chegávamos ao restaurante para almoçar.

Fomos avisados que nosso destino final, a subida até o topo do Cerro Uritorco, que deveria ser feita dali a dois dias, seria seis vezes mais longa do que a trilha do Paso del Indio e ainda mais difícil. Começamos a refletir sobre a absoluta necessidade de empreender tamanho esforço.

Um dos que vieram instalar-se em Capilla del Monte, ainda em 1885, deixando a marca de suas preocupações metafísicas , esotéricas e empresariais foi o conde espanhol Odilio Estévez Yañes. Este construiu uma enorme chácara, seguindo os princípios e a simbologia esotérica da Maçonaria, do qual era irmão, e da Alquimia, que visitamos depois do almoço. A beleza da construção, dos azulejos e de uma infinidade de elementos simbólicos que decoram tanto a casa quanto os jardins, torna a visita à Pueblo Encanto uma curiosa viagem pelos detalhes que revelam, no jogo da dualidade simbólica humana, a mística da unidade da Criação. O lugar escolhido para a construção da chácara é vizinho ao Pucará del Uritorco, suposto centro cerimonial dos mencionados povos ancestrais da região, ponto de convergência de energias telúricas, sendo alinhado com os monólitos situados em Los Mogotes, evidenciando o fato de que toda a região que circunda o Uritorco fosse talvez um grande espaço cerimonial a céu aberto, sendo esse cerro o ponto alto das atividades religiosas e rituais. O Pucará segue sendo um sítio arqueológico selvagem, sem pesquisa arqueológica séria e continuada, embora um estudo pontual da Universidade de Córdoba tenha conseguido datar com certeza um orifício feito na pedra por algum instrumento do qual perdemos totalmente a memória e que revelou que essa civilização perdida estava construindo o Pucará há 8000 anos. Vestígios de pedras onde cabe um homem reclinado dentro sugerem terapias de reverberação de som, assim como de uma espécie de divã neolítico, logo reatualizado por um psicanalista do grupo para foto. Os vestígios arqueológicos seguem sempre embrenhados no meio da vegetação, onde podemos vislumbrar alguma construção muito maior soterrada entre pedras. Aqui podemos observar a relevância da hipótese de Fernandez, de que essa civilização teria sido dizimada por um cataclismo ocorrido em 3.600 a.C.

Em Pueblo Encanto se encontra ainda o que consideramos fazer parte do dinamismo esotérico atual de Capilla del Monte. Trata-se do único labirinto de quartzos do mundo, idealizado e realizado por Gustavo Fernández e o proprietário do lugar. Porque nosso guia é também um profundo estudioso e membro eminente de algumas prestigiosas ordens esotéricas. Sua ideia era traçar um circuito para caminhadas espirituais, meditativas e iniciáticas. Se existem alguns outros labirintos de quartzos, segundo Fernandez eles resultam meramente decorativos, sem cumprir nenhuma função energéticapor estarem colocados diretamente no chão, sendo descarregados de sua energia pela alta condutividade da terra. Ele nos explica os detalhes técnicos que fazem do seu labirinto um condutor da energia do quartzo, “é o único caso onde tem se tomado o cuidado de isolar da superfície uma por uma cada uma das centenas de peças de quartzo que conformam os sete “caminhos”, gerando assim sete círculos de energia geodinâmica para o caminhante.” Nos conta também que “quatro grandes caminhões trouxeram, de afastados pontos da província, a quantidade enorme de quartzos empregados, mais de 700, o menor dos quais tem uns vinte centímetros de diâmetro e alcançam até … um metro de diâmetro! A isolada vista de algumas dessas peças, translúcidas, brilhantes, imaculadas com dezenas de quilos de peso, impressiona.” Ficamos pensando que belo problema Gustavo Fernandez criou para as civilizações que encontrarão esses vestígios a milhares de anos no futuro. Vão com certeza se perguntar como foram transportadas essas pedras de tão longe … e com que intenção?! A escolha do labirinto é porque “faz parte das representações simbólicas da Humanidade desde os tempos mais arcaicos. E isto é assim, porque expressa a Pesquisa Interior, o Caminho Iniciático que leva ao descobrimento das próprias potencialidades ocultas. Em todas as culturas conscientes das próprias potencialidades adormecidas no espírito humano intuía-se que a exploração das mesmas era caminhar num Labirinto. E por associação simbólica, porque o Microcósmico repete-se no Macrocósmico, caminhar num Labirinto faz entrar em ressonância essas potencialidades, que assim acordam.” O percurso do Labirinto de Quartzos deve ainda ser percorrido com circunspeção por ser um circuito sagrado, “por ser um Labirinto, por ser de Quartzos e por estar na zona do Uritorco.”[1] Percorremos o caminho envoltos na energia do dia.

Voltamos para o Gran Hotel onde reencontramos efusivamente o Gevaerd trabalhando no computador da mesma maneira em que o deixamos pela manhã. Todo mundo sonhando com um chuveiro, fomos nos preparar para a noite de Capilla del Monte, no restaurante, onde nos esperava a famosa carne argentina e seus acompanhamentos de papas de todo tipo. Foi um momento de confraternização alegre com vinho de Córdoba, com a presença de Gustavo e do motorista da nossa van os laços de amizade já se estreitando depois das provações do dia. Relaxamento para o descanso mais do que necessário, já que nossa iniciação henia-kamiare estava apenas começando!

Logo depois do café da manhã, já bem melhorado, partimos para a visita de Los Terrones, lá onde mergulhamos na noite dos tempos geológicos e da ancestralidade mítica, como descrevemos no início deste artigo. Seguimos o caminho das pedras escorregadias do rio, ladeando quedas d’água e pequenas cachoeiras, num deslumbramento para os olhos e quietude para a mente. Descobrimos as formações de cabeças humanas e de animais, experimentando a inquietante estranheza gerada pela indefinição de sua origem, se geológica ou de fatura humana.

Nesse ambiente peculiar, chegamos à Cueva del Útero, onde o princípio feminino é magnificado na natureza! Uma cavidade em forma de vulva de onde jorra água pura e cristalina, formando um adorável lago. A tradição relata que quando os xamãs identificavam que uma criança por nascer estava destinada a ser guerreira ou xamã, a mãe deveria parir dentro da água límpida desse local ritual. Um sentimento de comunhão e gratidão invadiu muitos do grupo, principalmente as mulheres.

Ao regressarmos, uma das companheiras, inspirada pela beleza da água correndo entre as pedras e a vegetação, entoou um ponto de Oxum que logo passamos a entoar junto, algo que tocou nossos corações e demonstrou que o Uritorco atrai e acolhe todas as sensibilidades espirituais.

Após o almoço, fomos visitar Ongamira, um dos assentamentos dos Henia-Kamiare, e visitamos um dos abrigos que serviam de habitação, onde vestígios arqueológicos permitiram a recuperação de informações importantes sobre essa civilização, como seu regime alimentar, a convivência com animais domésticos, e a vida ainda imersa na natureza. Aí vemos a cultura humana emergindo do aproveitamento dos inúmeros recursos geológicos, pois usavam os abrigos e cavernas como habitação, e extraíam seu sustento da coleta de plantas, frutos e raízes, assim como da variada fauna. Ongamira foi também o lugar onde foi fotografada, por dois integrantes do Centro de Harmonização Integral, uma provável intromissão de um mundo paralelo em nossa realidade. Nessa fotografia observamos uma coluna de luz e o que parecem ser duas entidades femininas, que só foram vistas quando da revelação das fotos. A exaustiva análise técnica dessas fotos descartou qualquer possibilidade de fraude.

Gustavo nos conduziu aí num ritual de conexão com os ancestrais, donos do lugar.

Como não poderia deixar de ser, uma vigília ufológica foi programada para a noite dessa mesma sexta-feira, após o jantar. Voltamos para isso a Pueblo Encanto. Preparamos a vigília fazendo novamente o circuito do Labirinto de Quartzos, envolvidos dessa vez pela energia da noite. Foi um momento mágico para muitos de nós, que girávamos na penumbra com nossos companheiros, recebendo a corrente energética do percurso! Caminhando para o Pucará, local da vigília, um dos companheiros do grupo pode constatar que o Uritorco continua a entreter suas lendas e mistérios: ao acender sua lanterna, deparou-se com um individuo desconhecido para o grupo, meio escondido junto a uma árvore e segurando uma espécie de lazer na mão. Ficamos nos perguntando se esse indivíduo estaria ali para promover o avistamento que buscávamos! Tomamos posição para a vigília sobre pedras que apresentam orifícios do tamanho de uma pequena poça d’água, abertos com meios técnicos que não sabemos precisar, e parecem ter sido utilizados como olhos d’água para refletir o momento da passagem de uma determinada configuração estelar, como uma fotografia periódica de uma estrela, planeta ou constelação, instantânea refletida na água. Emocionante e belo telescópio ancestral, que teria também implicações mágicas? Esses olhos d’água encontram-se presentes em muitos sítios arqueológicos pré-colombianos, notadamente em Machu-Pichu, no Peru, onde o aspecto científico é claramente evidenciado pela engenhosidade em captar o que se repete na natureza para fins de observação, datação do tempo, e predição de eventos naturais.

Instalados bem diante do Cerro Uritorco, avistamos uma “estrela” que se movia horizontalmente ao topo da montanha. Uma visão bela e banal de algo se movendo no céu. Animados com esse movimento, fomos para a Casa del Condor, uma espécie de torre de quatro andares, onde pudemos continuar observando, sem que mais nada de notável se manifestasse no céu.

Muitas pessoas do grupo são contatadas. Conversamos, durante toda a viagem, sobre as experiências variadas e contundentes que tiveram com o fenômeno Ufo.  Outras têm capacidades cognitivas e paranormais, e acho que todos do grupo uma forte mediunidade.

Finalmente a manhã de sábado foi liberada para conhecermos um pouco de Capilla del Monte, cujo maior interesse encontra-se evidentemente na rua central, onde se localiza todo o comércio voltado para os temas ufológico, esotérico, oferecendo todo tipo de pedras, cristais, objetos para diversos cultos, roupas, joias, ervas, chás, incensos e enorme variedade de produtos naturais. Foi encontrado em Capilla del Monte um alfajór sem glúten, o que é um claro avanço da civilização! Encontramos uma excelente livraria, com livros sobre todos os aspectos da aventura espiritual da cidade, e uma verdadeira livreira como proprietária, indicando os melhores livros de acordo com o interesse de cada um.

À tarde fomos caminhar no Sendero de los duendes, sem entendermos muito bem como os duendes foram parar por lá, junto com as numerosas entidades que se manifestam no Cerro Uritorco. É um caminho estreito e mais para plano, acompanhando o rio lá embaixo. Muitas fotos tiradas nesse lugar revelam a presença de fadas e duendes, elementais da natureza, invisíveis a olho nu. Alguém do nosso grupo fotografou uma dessas formas de vida sutil.

Visitamos também a Capilla del Monte, a capela  dedicada a Santo Antonio e que é a paróquia da cidade. Essa pequena igreja foi construída segundo o plano octogonal que caracteriza as igrejas construídas pelos Templários, e apresenta também a peculiaridade de ser uma igreja católica decorada com a simbologia maçônica e situada sobre um ponto de energia telúrica. 

No domingo foi dia de eleições municipais em Capilla del Monte e deveria ser o dia em que todo o grupo subiria finalmente até o cume do Cerro Uritorco, com dificuldades bem mais importantes do que as que vínhamos enfrentando até aqui. Somente o guia e duas de nossas companheiras venceram essa última etapa. O restante foi almoçar no agradável restaurante de Agua de Los Palos. Saímos em seguida para uma caminhada tranquila até uma Via Sagra, que contornamos para retornar, dando por encerrada a nossa viagem.

Voltando ao hotel, tivemos a interessantíssima palestra inédita do Gevaerd sobre os Agroglifos, onde integra todos os novos dados que as pesquisas de campo, notadamente a brasileira, comandada por ele, vem revelando sobre essa forma de contato. Fechamos assim com chave de ouro uma viagem intensa de apenas cinco dias, onde a Ufologia foi tema de todas as conversas, no sufoco das trilhas, ou nos almoços e jantares animados pela transmissão exuberante do Gevaerd.

Com tudo isso, acho que vou Viajar de novo com Gevaerd, para outros destinos, novas aventuras!!


[1] Todas as referências entre aspas são de Gustavo Fernandez em “A saga do Uritorco”.