“A partir de hoje, estaremos acompanhando no nosso Blog a importante campanha para a liberação de documentos desclassificados e a transparência das informações sobre o caso Varginha! Uma das casuísticas mais importantes do planeta rumo ao desacobertamento!

Marco Petit e Fernando Ramalho, incansáveis na busca da verdade ufológica!” Lallá Barretto

https://www.youtube.com/live/iFtm7QL7HGI?feature=share

[Live com os ufólogos Marco Petit e Fernando Ramalho para lançar a campanha “Varginha – Chega de Acobertamento”, que pretende interferir de forma decisiva para o restabelecimento dos fatos ligados ao caso mais explosivo da Ufologia Brasileira e denunciar de forma clara e objetiva as manobras desenvolvidas pelas autoridades militares e civis do país visando o acobertamento da história que envolveu a queda de um UFO e o recolhimento de pelo menos parte da tripulação da nave alienígena no Sul dos Estado de Minas Gerais. Live com a participação especial dos advogados Flori Tasca e Luiz Azenha, que participarão diretamente da campanha.]

CGU manda Exército abrir arquivos sobre Varginha mantidos ilegalmente sob sigilo

Uma sindicância foi instaurada para apurar responsabilidades pelo sumiço de informações sigilosas do Caso Varginha, de acordo com decisão da Controladoria Geral da União.

Por Equipe UFO

LAI – ARQUIVOS DO CASO VARGINHA À VISTA!

Antes da deflagração pública da campanha Varginha, Chega de Acobertamento, em abril de 2023, este articulista e o ufólogo Marco Antônio Petit, juntamente com os demais 13 membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), demos início a uma série de protocolos junto ao Governo Federal, mirando os arquivos do Comando da 4ª Região Militar e 4ª Divisão do Exército “Região Mário Procópio” (4ª RM/4ª DE). O motivo para tal iniciativa se deve ao fato do conteúdo desses arquivos militares terem perdido seus graus de sigilo após a efetiva vigência da Lei de Acesso à Informação (LAI) nº 12.527/2011, em junho de 2012. Conforme manda esta LAI, os órgãos governamentais devem publicar a todo dia 1º de junho, em local específico nos seus sítios de internet, um rol de seus documentos classificados com os respectivos graus de sigilo (reservado, secreto ou ultrassecreto); bem como os documentos desclassificados naquele ano cujos prazos de sigilo venceram, contados a partir de sua origem e classificação: 5, 15 ou 25 anos de sigilo respectivamente. Depois de publicadas, as referências às informações ficam disponíveis à qualquer cidadão que queira ter acesso aos seus conteúdos. No caso de nosso interesse ufológico, os documentos gerados nos anos de 1996 e 1997, quando ocorreram e foram registrados os principais fatos relativos ao envolvimento de militares na captura de tripulantes não humanos, supostamente oriundos de uma nave alienígena avariada nos arredores da cidade mineira de Varginha, que também teria sido resgatada numa operação sob comando da 4ª RM/4ª DE. Dois desses documentos já divulgados pela CBU, na outra fase da campanha de desacobertamento, são o próprio IPM n.º 18/97, de 29 de janeiro de 1997, e a sindicância que o antecedera, originada no dia 10 de maio de 1996.

Por mais que a LAI tenha instruído os órgãos governamentais a publicarem seus dados da forma mais transparente possível, indicando especificamente o local de origem da informação e do que tratam os documentos desclassificados, não foi o que nos deparamos ao consultar o site do Exército, onde essas informações deveriam constar. Os leitores podem constatar por si próprios em: https://www.eb.mil.br/acesso-a-informacao/informacoes-classificadas, especificamente nos anos de 2013/2014, quando o Exército começou a desclassificar as informações de interesse dos ufólogos, o quanto essa regra de transparência é desrespeitada. Fica claro que, com a exceção do número de protocolo (NUP) e da origem genérica (4ª RM/4ª DE), nada relativo ao que se referem os papéis, ou ao local específico de origem do documento é identificado, como manda a LAI. Obviamente, esse flagrante desrespeito às normas, ainda que não tenha sido observado em publicações no rol posteriores a junho de 2015, atinge em cheio os documentos possivelmente desclassificados do nosso interesse, obrigando-nos a promover um esforço extra, numa verdadeira “operação pente-fino” para identificar do que se trata e em qual local exatamente se originou a informação.

Subordinado ao Comando Militar do Leste, o quartel da 4ª RM/4ª DE está localizado em Belo Horizonte, é o responsável pelo comando, administração superior e classificação das informações geradas em todas as organizações militares (OMs) do Exército na região de Minas Gerais. Essa estrutura inclui a Escola de Sargentos das Armas (ESA), sediada na cidade de Três Corações, palco dos principais atos relativos à participação de militares no Caso Varginha. Dessa forma, nossa opção foi concentrar as buscas nos arquivos dessa Região Militar específica, identificada pela estrutura burocrática governamental com o código inicial 64316, no número de protocolo do documento desclassificado (NUP). Inicialmente foram identificados 122 NUPs gerados nos anos de 1996 e 1997, originários daquela 4ª RM/4ª DE. E, em fevereiro de 2023, a CBU iniciou as solicitações das informações neles contidas, através de 14 protocolos com oito NUPs e um com dez. As primeiras respostas começaram a ser fornecidas 30 dias depois de cada protocolo. O pente-fino na papelada enviada em resposta pelo Exército iniciou-se, então, em março de 2023.

CGU Manda Exército Abrir Arquivos Ilegalmente Sigilosos

Já relatamos aqui mesmo em nossa página (página da campanha) e na revista UFO, que boa parte das informações advindas das primeiras solicitações via LAI, feitas no portal “Gov.br”, não vieram a contento, uma vez que algumas apresentavam-se tarjadas ou simplesmente não constavam, mesmo que citadas em documentos oficiais de origem, como ofícios. Essa constatação forçou-nos a recorrer em várias instâncias até conseguirmos o que seria possível, dentro dos regramentos legais. Vale acrescentar que, hoje, ainda temos alguns desses processos tramitando, uma vez que seus conteúdos foram indeferidos nas primeiras solicitações. Estes estão em fase de julgamento nas últimas instâncias na Controladoria Geral da União (CGU) e na Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI), já fora da alçada militar. Entretanto, em outros protocolos que tiveram os conteúdos dos NUPs levantados, e seus anexos identificados, pudemos deduzir, sem medo de errar e longe dos exageros, que a força militar terrestre brasileira tenta de todos os modos esconder o que fatalmente entregaria a verdade sobre as ocorrências posteriores ao fatídico mês de janeiro de 1996, no sul de Minas.

É o caso, por exemplo, de um dos processos que, em decorrência das informações que foram extraídas dos primeiros protocolos, detectou a existência de um tipo de informação sigilosa específica do Exército, a qual parece querer fugir da rastreabilidade da LAI. Estamos falando dos já anteriormente comentados “DSCs” (Documentos Sigilosos Controlados), e de outros documentos que não possuem exatamente essa nomenclatura, mas que existiram – ou existem – e estão fora do alcance do cidadão comum. Esses documentos, embora sejam citados em ofícios, não possuem o seu próprio NUP, o que seria obrigatório no caso dele já ter sido desclassificado por decurso de prazo e estar arquivado; muito menos possui um Código de Indexação de Documento que Contém Informação Classificada (CIDIC), caso tenha sido reclassificado (Art. 51 e 52, Dec. 7.845/2012). E, pelo que consta do rol de documentos sigilosos do Exército, não existem documentos reclassificados pela 4ª RM/4ª DE originados nos anos de 1996 e 1997. Seja em um caso, seja no outro, se tais documentos existem, uma vez que são citados, deveriam estar relacionados no rol e, consequentemente, disponíveis para solicitação. A explicação para esse “descuido proposital”, vamos dizer assim, só pode estar associada a duas possibilidades: os DSCs (ou seja lá qual for sua nomenclatura) foram destruídos, e para isso deveriam ter seus termos de destruição devidamente lavrados, ou o Exército está cometendo mais uma ilegalidade. A CGU sabe disso, pois foi por nós alertada e acionada, por meio de interposição de recurso em 3ª instância, num dos processos que pede a liberação de “DSCs” da própria ESA.

Num outro caso em que o processo está mais avançado que o dos “DSCs” citados acima, igualmente o Exército foi instado a se manifestar em 3ª instância pela CGU em decisão final, sobre outros suspeitíssimos documentos que a ESA insiste em negar acesso. Trata-se de 200 “Fichas de Pessoal de Inteligência” (FPI) e 50 “cartões de autógrafos”, anexos do ofício nº 010/E2, de 24 de janeiro de 1996. O ofício do Chefe do Estado-Maior da 4ª DE, endereçado ao Subcomandante da ESA, não apresenta seus anexos. O material (FPI), originariamente classificado no grau SECRETO (15 anos de sigilo), deveria ser preenchido por quem estivesse de serviço naquele mesmo fatídico mês de janeiro, quando a ESA estava totalmente envolvida no enredo de Varginha. O que seria tão sigiloso tanto para a ESA, quanto para o Serviço de Inteligência do Exército “E2”, que não pode ser exposto, mesmo que a LAI mande? O que estaria escrito nessas fichas e quem seriam os oficiais do E2, aos quais duas testemunhas de dentro da própria ESA que participaram do transporte das criaturas nas ruas de Varginha em caminhões do Exército, gravados por Vitório Pacaccini e Marco Petit, se referiram como “pessoal de fora que nunca vimos na ESA

No escopo desses dois exemplos e de outras solicitações feitas via LAI, pelo menos quatro processos estão em fase avançada, já nas últimas instâncias da Controladoria Geral da União, com grandes possibilidades de pareceres favoráveis, ou parcialmente favoráveis ao que foi demandado. Nessa mesma esteira de cobranças, uma sindicância já foi instaurada para apurar responsabilidades pelo sumiço de informações sigilosas da 4ª RM/4ª DE, principalmente as que foram escondidas pela ESA, como se pode deduzir da seguinte decisão da Secretária Nacional de Acesso à Informação da CGU,
Dra. Ana Tulia de Macedo.

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pelo Decreto nº 11.330, de 01 de janeiro de 2023 e pela Portaria Normativa nº 62, de 29 de março de 2023, adoto, como fundamento deste ato, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, o PARECER N° 632/2023/CGRAI/DRAI/SNAI/CGU, para decidir pelo conhecimento, e no mérito, pelo provimento parcial do recurso interposto, no âmbito do pedido de informação NUP 60143.001814/2023-63, direcionado ao Comando do Exército – CEX.

O CEX deverá disponibilizar ao recorrente, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da publicação desta decisão, os Termos de Destruição referentes aos anexos dos NUPs 64316.100152/1996-10 e 64316.100120/1997-97, bem como a totalidade dos anexos do NUP 64316.100155/1996-45, ocultando-se, neste caso, informações pessoais relativas à vida privada, intimidade, honra e imagem e outras informações cobertas por sigilos legais porventura existentes no documento, nos termos do art. 31da Lei 12.527/2011. Ressalta-se que toda ocultação deverá ser devidamente motivada pelo órgão.

Determino, ainda, que o Comando do Exército disponibilize ao solicitante cópia de documento que comprove a abertura de sindicância investigativa para a apuração do extravio dos documentos desclassificados solicitados no presente pedido de acesso à informação, nos termos autorizados pela Súmula CMRI nº 06/2015. A informação ou a comprovação de entrega deverá ser postada diretamente na Plataforma Fala.BR, na aba “Cumprimento de Decisão”, no prazo acima mencionado. Caso o volume da informação não seja compatível com a capacidade da Plataforma Fala.BR, disponibilizar a informação em nuvem e Parecer – Recurso de 3ª Instância 632 (2822556) SEI 60143.001814/2023-63 / pg. 7 indicar o link de acesso, que não exija a identificação do requerente e não tenha prazo de validade.

ANA TULIA DE MACEDO
Secretária Nacional de Acesso à Informação

Por Fernando Aragão Ramalho

AS MANOBRAS DO EXÉRCITO PARA ENCOBRIR A VERDADE NO IPM.

Dentro da sequência de postagens de nossa campanha vou seguir analisando os procedimentos despropositados e incoerentes frente à realidade dos fatos, desenvolvidos pelas forças militares não só participantes do Caso Varginha, mas ainda de todo o processo de acobertamento, como destaque especial nessa postagem para o Exército Brasileiro.

A força militar, representada no caso de nosso interesse diretamente pela Escola de Sargento das Armas (ESA), sediada na cidade vizinha de Três Corações, certamente não merece, por toda à sua história continuar a ter sua integridade e seriedade maculada pelo que foi feito para acobertar a queda do UFO e o recolhimento de pelo menos parte de sua tripulação. Infelizmente o próprio Inquérito Policial Militar (IPM) deflagrado no final de mês de janeiro de 1997 para analisar a prática de possível ilícito penal no conteúdo do primeiro livro sobre o caso (Incidente em Varginha) de autoria de Vitório Pacaccini e Maxs Porte, oferece infelizmente entre as centenas de páginas uma farta documentação para demonstração de como os militares responsáveis ou envolvidos com o procedimento investigativo, “falharam” em um amplo sentido e estiveram envolvidos com um processo de MANIPULAÇÃO objetiva tanto dos FATOS ligados ao caso, deixando, inclusive, de considerar a farta documentação anexada aos autos, que revela a verdadeira história do que aconteceu no Sul de Minas Gerais. O que vou expor hoje, apesar da gravidade, é apenas um dos exemplos do que escrevi acima e diz respeito aos fatos que permitiram a Escola de Sargento das Armas (ESA), em seu Inquérito Policial Militar, concluir de forma absurda, que o Caso Varginha se resume a um erro de interpretação por parte das “meninas do caso Varginha”, as irmães Liliane e Valquíria Silva que acompanhadas da amiga Kátia Xavier, declararam ter avistado na tarde (15:30 horas) do dia 20 de janeiro no bairro Jardim Andere, uma criatura, cuja forma e detalhes morfológicos seria totalmente apartada de qualquer coisa conhecida ou que pudesse ser imaginado por cada um delas.

Nosso objetivo aqui não será debater na essência a conclusão do IPM, dentro da qual o “senhor mudinho” (o morador da cidade) é apresentado como o verdadeiro responsável pelo avistamento da estranha criatura pelas primeiras testemunhas do caso. O que nos interessa aqui é demonstrar o que foi feito dentro do próprio IPM para mascarar a verdade. Para isso é importante não só uma atenção aos autos, mas conhecimentos dos bastidores do próprio procedimento investigativo, que acabou também por isentar os autores do mencionado livro de qualquer responsabilidade criminal. Essa segunda situação (conhecimento dos fatos, bastidores) só existe por conta desse autor na época da deflagração do IPM e sua sequência, continuar em Varginha participando das investigações lideradas por pelo Dr. Ubirajara Franco Rodrigues e Vitório Pacaccini. Eu e o engenheiro Claudeir Covo “fechávamos” o grupo dos quatro principais envolvidos nas pesquisas.

Para o perfeito entendimento do que vou apresentar é necessário destacar que o IPM e seu conteúdo só veio a público no ano de 2010 pelo trabalho e interferência de meu parceiro aqui na Campanha, o Ufólogo Fernando Ramalho. Apesar de concluído no ano de sua própria deflagração (1997), o Exército não fez qualquer movimento para exposição pública de seu conteúdo (pelo contrário) e na verdade no dia 2 de abril de 1997, após o encerramento do depoimento do Dr. Ubirajara Rodrigues nas dependências da ESA, o Tenente-Coronel Lúcio Carlos Finhold Pereira, encarregado do Inquérito Policial Militar, chegou a solicitar, pedir que o depoente, que foi ouvido antes de Vitorio Pacaccini, não divulgasse para a mídia a existência do próprio procedimento (IPM). O Exército nunca usou o procedimento (IPM) junto à mídia para desmoralizar o caso. Porque? Se assim tivesse feito no ano de seu próprio encerramento (1997), quando a mídia ainda não tinha se “esquecido” dos fatos, o IPM e seus resultados não só teriam sido desmoralizados, mas a imprensa saberia que algo de muito sério estava sendo realizado para encobrir a verdade.

Hoje vou falar e apresentar apenas uma página do procedimento (folha 307), mas que é explosiva e o Exército tem que prestar contas, afinal estamos diante de uma documentação da Justiça Militar. Pode ser lido nela que o Encarregado do IPM, o já citado e então Tenente-Coronel Lúcio Carlos Finhold Pereira, solicitou ao “Sr. Escrivão”(entre outros procedimentos), que intimasse o Dr. Ubirajara Rodriguês e o Ufólogo Vitorio Pacaccini para que prestassem seus depoimentos respectivamente nos dias 2 e 8 de abril. Essas solicitações foram feitas no dia 26 de março daquele ano (1997), mas o que se segue na mesma página em mais uma solicitação do encarregado do procedimento militar é algo realmente surpreendente. O Tenente-Coronel Lúcio Carlos Finhold Pereira solicita ao “Sr. Escrivão”, o 3º sargento Vinícius Proba dos Santos, que a Seção de Informática da Divisão de Assuntos Técnicos da ESA, realizasse vários procedimentos técnicos visando “transformar” as imagens, fotos do Sr. Mudinho em algo que pudesse ser comparado a ilustração das criaturas de Varginha publicada na obra de Vitório Pacaccini.

Entre os procedimentos solicitados pelo senhor (tenente-coronel) encarregado do IPM, a foto do morador da cidade, obtida sem o seu consentimento, ou autorização da família, durante o dia (o que seria normal devido se tratar de um deficiente), deveria passar por uma tentativa de simulação de ambiente escuro. De onde surgiu essa ideia de que o avistamento da estranha criatura por parte das “meninas do caso”, ocorrido às 15:30 de uma tarde ensolarada (a tempestade de verão só aconteceu no início da noite), teria ocorrido à noite e no meio da mencionada chuva torrencial?

A resposta para a questão acima envolve uma outra autoridade militar ligada diretamente também ao processo de acobertamento, o Tenente-Coronel da Polícia Militar (MG) Maurício Antônio dos Santos, que ao prestar seu depoimento antes dos dois ufólogos mineiros já havia sustentado a versão envolvendo o morador da cidade (deficiente) e declarado, conforme pode ser vislumbrado nos autos, que o encontro com as meninas teria ocorrido à noite. O fato é que o Exército assumiu essa versão. O Tenente-Coronel Santos, inclusive, era o superior do membro da Inteligência da PM Marco Eli Cherese, que faleceu como se sabe, menos de um mês após participar da operação que capturou uma das criaturas após a tempestade, na noite do dia 20 de janeiro. O Tenente-Coronel Santos deveria explicar em que situação e com que tipo de apoio o falecido contou de seus superiores até o dia de sua morte misteriosa.

A solução “criada” pelo então comandante do Batalhão da Polícia Militar local acabou se tornando a palavra oficial do Exército, pelo menos dentro do IPM, contando é claro, conforme pode ser vislumbrado nos autos, pela transformação de uma das fotos do senhor Mudinho em algo irreconhecível. A coisa mais despropositada dentro do pedido do Tenente-Coronel Lúcio Carlos Finhold foi a solicitação para que a área técnica da ESA providenciasse também, nas palavras do militar, a “Ampliação de realce nos contornos”.

Assim nasceu e foi implementada, encontrada, a “Solução do IPM”. Isso foi feito na avaliação desse autor na certeza de que seus autos nunca seriam acessados. Vale a pena lembrar, conforme já ressaltei aqui em uma das postagens anteriores, que o Major Calza, homem de confiança do General Sérgio Pedro Coelho Lima dentro da Escola de Sargento das Armas (ESA), que determinou a instauração do IPM, dois anos depois da finalização do Inquérito, as dar uma entrevista em nome do Exército exibida pelo canal Discovery Channel, desconsiderou, ignorou o resultado do IPM e relatou uma nova versão que envolvia também de forma absurda um casal de anões.

O Inquérito Policial Militar, com a substituição do General Lima no comando da ESA, passou a ter duas metas para serem atendidas. A condenação da obra de Pacaccini, verdadeiramente o único autor da livro “Incidente em Varginha”, seria um problema para o próprio Exército, pois desencadearia a exposição pública das gravações com os depoimentos militares contrários ao acobertamento. Era preciso ainda, na visão do novo comando da ESA, exercido pelo General Marco Antonio Tilscher Saraiva, sepultar o Caso Varginha dentro da própria Escola (ESA). É por conta disso que com sua conclusão, em vez dele (IPM), chegar ao público, foi gerado um informe para ser distribuído internamente para “acalmar” o contingente do Exército na cidade de Três Corações. A maior parte dos militares não tinham tido qualquer participação na história e deveriam sem mantidos longe da verdade.

Por Marco Petit

LIVE especial de DENÚNCIA

https://m.youtube.com/live/nawrfd3g1F8?feature=share

Live da campanha “Varginha – Chega de Acobertamento”, deflagrada pelos Ufólogos Marco Petit e Fernando Ramalho, com o objetivo explicito de começar um processo de denuncia pública e revelação dos procedimentos que envolveram e ainda envolvem o acobertamento do caso pelas forças militares, com destaque especial para o Exército Brasileiro.

Participação especial do Ufólogo Thiago Ticchetti, atual presidente da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e do investigador e produtor cinematográfico Marco Aurélio Leal, responsável junto com o norte-americano James Fox pelo documentário “Moment of Contact”, específico sobre o Caso Varginha, além dos consultores jurídicos da campanha Flori Tasca (OAB-PR) e do criminalista Luiz Azenha (OAB-RJ).

LIVE DENUNCIARÁ ASPECTOS GRAVES DO PROCESSO DE ACOBERTAMENTO.

Na próxima semana, na quinta-feira, dia 20 de julho, às 20 horas, a campanha “Varginha – Chega de Acobertamento”, começará a entrar em sua fase decisiva, envolvendo um processo de cobrança, em um amplo sentido, que será dirigido às autoridades civis e militares.

O foco principal dessa que será a segunda Live da campanha, serão os procedimentos do Exercito Brasileiro, envolvido diretamente com os fatos ligados ao que aconteceu a partir de janeiro de 1996, após a queda do UFO no Sul de Minas Gerais e com o próprio acobertamento dos fatos.

A Live que será coordenada por esse investigador e autor (Marco Petit) e o ufólogo Fernando Ramalho, responsáveis pela deflagração da própria campanha, cuja parte legal, jurídica, acontece dentro também da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), formada pelos mais destacados membros da revista UFO, terá ainda a participação do advogado Flori Tasca (OAB-PR) e do advogado e criminalista Luiz Azenha (OAB-RJ), ambos consultores jurídicos da campanha.

Na oportunidade será exposta documentação do Exército Brasileiro ligada ao caso, que merecerá uma análise pública na ocasião, dentro do que esta devidamente documentado por meio, por exemplo, do próprio Inquérito Policial Militar (IPM), deflagrado oficialmente no ano de 1997, que teve como finalidade precípua apuração de possível “Ilícito Penal”, por parte dos autores do primeiro livro sobre o Caso Varginha (Incidente em Varginha), cujo autor e responsável de fato foi exclusivamente o ufólogo Vitório Pacaccini.

Entre outros aspectos, que ainda serão abordados, estão os desdobramentos relacionados ao processo que protocolou em nome da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) a obra “Varginha – Toda Verdade Revelada”, de minha autoria (Marco Petit), e o que está acontecendo nesse exato momento mediante a Lei de Acesso à Informação (LAI), mediante ações dirigidas ao Exército Brasileiro pelo coautor da campanha, o já mencionado ufólogo Fernando Ramalho, que explicará em detalhes os procedimentos legais hoje já em instancias superiores, mediante uma série de recursos já impetrados tendo como destinação a principal força militar envolvida com o Caso Varginha (Exército).

Fiquem ligados e não deixem de prestigiar com suas presenças a página da campanha, essa Live (Youtube – Marco Antonio Petit), de caráter histórico, que representará uma postura diferenciada, apesar de respeitosa, em relação a todos os envolvidos com o acobertamento, com destaque para as forças militares, dentro de um novo patamar no processo de denúncia e exposição pública da Verdade, sobre um caso que envolveu mortes, óbitos, de ambos os lados, que merecem ainda a devida explicação.

Por Marco Petit

LEVANTAMENTOS TRAZEM À TONA NOVOS TESTEMUNHOS DE MÉDICOS ENVOLVIDOS COM O CASO VARGINHA.

Recentemente, entre abril e maio, durante cerca de um mês, os pesquisadores Marco Leal e João Marcelo, diligenciaram pelo Sul de Minas e coletaram novos depoimentos e informações sobre o Caso Varginha.

Já há alguns anos, Ítalo Venturelli, que é Médico Neurocirurgião e estudioso e divulgador do xadrez, escreveu um conto chamado “A Universal”, em que fala de uma partida de xadrez com a participação de um visitante ilustre, o ET de Varginha. Na verdade, durante muitos anos e por receio, Venturelli falava de forma figurada e usava a partida de xadrez com o ET de Varginha e o conto como uma metáfora para dizer o que havia tomado conhecimento e visto sobre o caso.

Durante a entrevista, o médico confirma a presença de militares do Exército Brasileiro no pátio em frente à entrada principal do Hospital Regional de Varginha, de pelo menos dois caminhões e de uma ambulância, na tarde do fatídico dia 20 de janeiro de 1996. Ele estava indo tratar uma criança que havia operado, e já dentro do hospital foi informado por um médico amigo sobre a presença de uma criatura estranha e que ele, inclusive, tinha examinado e colocado uma válvula nela.

O mais surpreendente foi a declaração de que este médico amigo mostrou a ele e outros médicos da cidade um vídeo de alguns segundos, que mostra a criatura numa maca sendo examinada. Os pesquisadores estão de posse de um backup do computador do médico que teria feito o vídeo da criatura e estão buscando tal registro.

Trata-se de um momento histórico dentro da investigação do caso, pois é a primeira vez, em 27 anos, que um médico aparece para as câmeras de rosto limpo, confirmando a passagem de uma das criaturas pelo Hospital Regional da cidade, implicando outros médicos, e confirmando a existência de um vídeo do suposto ser.

Também após 27 anos foi entrevistado o legista de Marco Chereze, doutor Armando Fortunato Filho. Ao contrário do que se divulga, o doutor João Baptista Macuco Janini não foi o legista e sim o patologista do caso. Fortunato fez a autópsia que foi assinada pelo doutor José da Frota, já falecido.

Apesar de ser cético quanto a passagem da criatura pelos hospitais da cidade (Varginha), Fortunato Filho acredita na visita do extraterrestre e destaca fatos ocorridos na época, assinados em uma declaração: o avistamento de um objeto em forma de charuto por um fazendeiro amigo de Três Pontas, as mortes estranhas no zoológico de Varginha e o avistamento da criatura pelas irmãs Valquíria e Liliane e a amiga Katia. Fortunato esclareceu que examinou o corpo de Chereze e não encontrou nenhum sinal de arranhão na região das axilas. Isso é esclarecedor já que o descobridor do caso, Ubirajara Rodrigues, sempre refutou a ideia de que o militar tinha sido arranhado pela criatura. O que ele tinha era uma hidradenite, uma doença inflamatória de pele, dolorosa e crônica, caracterizada por nódulos e caroços, já em processo de cicatrização.

Chereze teria passado por três médicos em um curto período, que o trataram para lombociatalgia aguda, mascarando a infecção com anti-inflamatórios e medicamentos para dor. Tal infecção, como já explicada pelo doutor Janini, era de uma bactéria extremamente agressiva.

Em agosto de 2021 o pesquisador Marco Leal já havia se encontrado com Janini, ocasião em que ele falou pela primeira vez com um ufólogo, e neste encontro Leal estava com o investigador local Ruber Ladeira, que se juntou a investigação.
Janini falou em entrevista exclusiva e reveladora que analisou fragmentos de órgãos de Marco Chereze e ressaltou o comportamento anômalo da bactéria que o acometeu, apesar de ter sido identificada. Devido a agressividade e alta resistência aos antibióticos, Janini diz pela primeira vez que a bactéria não seria a mesma identificada pelo laboratório e, sim, algo desconhecido, transmitido ao soldado pela criatura capturada. Declarou também que a única forma de eliminar qualquer dúvida seria se tivéssemos as lâminas dos exames laboratoriais, pois dessa forma se poderia fazer o mapeamento genético. Para o médico, a bactéria faria parte do sistema de defesa da criatura e os ufólogos teriam que atentar para o segundo personagem do caso: a bactéria anômala.

Janini diz na entrevista: “Eu fiz um relatório da autópsia do soldado”. Começou dizendo: “que foram enviado para mim fragmentos de peças, fígado, coração, pulmão, cérebro, e que foi enviado secreção, para estudo bacteriológico. Em conclusão, admitimos que Chereze possa ter sofrido pequena lesão superficial cutânea ao nível do membro superior.”

Na sequência revelou que “No evento desde a lesão, foi inoculado a bactéria Estafilococo Schleiferi, que, embora rara, estava provida de recursos bioquímicos na criação de sua defesa, mecanismos de resistência a antibióticos e de virulência, de agressividade, pelos mecanismos locais de necrose supurativa, disseminação da septicemia, disseminação pelo sangue, fechando o quadro de septicemia grave.”

Quanto a demora na liberação dessa documentação, Janini respondeu: “O exame foi enviado para mim por parte de uma guia do delegado. Foi uma guia policial. E eu precisava ser pago. Então, eu mandei trancar o resultado até que me pagassem. Recebi, meses depois, um telefonema de um delegado todo imperioso, dizendo que queria o exame na mesa dele naquele dia. Eu disse: ‘Paga. Eu estou com o exame pronto na minha mão. Você me paga, eu te entrego.’ Aí, ele mandou pagar, e eu entreguei.”

Janini deu uma entrevista, este ano (2023), para a EPTV, comentando coisas muito interessantes sobre sua análise e a suposição que tinha sobre a bactéria. O legista falou novamente sobre o que achou: “Eu achei a história da infecção muito especial. Uma bactéria que, pelo diagnóstico laboratorial, é uma bactéria de certa simplicidade. Ela dá em cachorro, dá em gato, em feridas. Não mata os animais, e é muito rara no ser humano. Também incorre de uma maneira comum. A bactéria do Marco Chereze foi uma bactéria de extrema virulência, extrema gravidade. Fez um curso completamente inesperado, criou um abscesso muito grande ao nível da axila, e ainda ganhou a corrente circulatória e se disseminou pelo corpo todo, produzindo mais bactérias dentro da corrente circulatória, e mais toxinas dentro dela. E o meu diagnóstico final foi a morte do Chereze por septicemia. Foi a conclusão que eu cheguei. Após o surgimento do debate sobre o alienígena, eu pensei: ‘Ora, se eu estou entendendo bem, esse alienígena trouxe a bactéria de fora. Então, os colegas ufólogos devem procurar também saber sobre o segundo personagem do evento. Tem o personagem ‘ET’ e tem o personagem ‘a bactéria da unha do ET’”, revelou o patologista. Nossas investigações continuam…

Por Marco Aurélio Leal (CONVIDADO)

Ufólogo, conferencista, produtor de eventos, membro da Revista UFO e da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), investigador destacado do Caso Varginha na atualidade, participou recentemente como produtor do documentário “Moment of Contact” sobre o caso do Sul de Minas Gerais, lançado pelo norte-americano James Fox, do qual foi parceiro na produção.

O QUE DIZEM AS CORRESPONDÊNCIAS ENCONTRADAS NO EXÉRCITO?

Entre os órgãos civis do governo e entre Forças Armadas não é incomum a troca de correspondências contendo instruções normativas, decisões de comandos, tarefas, informes, trocas de custódias de documentos, convites para solenidades e toda uma gama de procedimentos administrativos peculiares a cada organização governamental, ocorrendo em todas as esferas, da municipal a federal, normalmente feitos via ofício. Por motivos específicos, e quando se faz necessário, essa troca pode até se intensificar em determinados períodos. Como entes integrantes dessa cadeia de organizações, o mesmo se dá entre as corporações militares de cada estado, representadas principalmente pelo Exército e as instituições hierarquicamente inferiores, como Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros (CB).

Durante a campanha UFOs, Liberdade de Informação Já, efetivamente posta em prática a partir do ano de 2004, pedindo providências governamentais para abertura de seus arquivos ufológicos, observamos muito essa atividade de troca de ofícios entre os diversos entes, acionados pela Casa Civil após o protocolo do “Dossiê UFO Brasil” na Presidência da República. Tivemos acesso a dezenas de ofícios descrevendo várias dessas atividades sendo postas em prática para consecução do que fora solicitado por meio do acionamento da lei. Inclusive um desses documentos, originário do Comando do Exército, oficiou a Câmara dos Deputados a existência do Inquérito Policial Militar sobre o Caso Varginha – IPM nº18/97 da Escola de Sargento das Armas (EsSA). Mas nesse caso da campanha em tela, os documentos administrativos acessados eram todos “ostensivos”, ou porque assim foram gerados, ou porque já haviam sido desclassificados. Ou seja, eram de acesso público, sem classificação de sigilo. A questão é: e quando esses documentos não são ostensivos, permanecendo ocultos, mesmo sendo solicitados depois de vencidos seus prazos de sigilo legal? Obviamente isto é um entrave, e estamos agora, no atual estágio da campanha pra revelação do que ocorreu em Varginha e seus arredores nos anos de 1996 e 1997, nos deparando com esses documentos ilegalmente sigilosos.

Estamos eu, o amigo Marco Antônio Petit e outros grandes ufólogos e testemunhas diretamente envolvidas com o Caso Varginha, semanalmente detalhando o que na verdade ocorreu no citado IPM. Sabemos, por exemplo, que ele teve origem inicialmente numa sindicância de 1996, disparada logo que a EsSA percebeu ter perdido o controle sobre o segredo que deveria encobrir o incidente de janeiro daquele ano, sobretudo suas consequências, que iriam do nível municipal ao federal, obviamente passando pelo estadual e suas instâncias. E, neste caso, as datas, referências, siglas e destinos de determinados documentos que estão começando a aparecer, embora não revelem seus conteúdos, são de fundamental importância para, se não entender todo o contexto que se deu desde o Comando Geral do Exército em Brasília até aquela organização militar específica (OM EsSA), pelo menos confirmar o que vinha sendo tramado dentro de uma estrutura militar maior, a 4ª Região Militar/ 4ª Divisão de Exército (4ª RM/4ª DE), a qual engloba todo o efetivo militar do Estado de Minas Gerais.

Conforme já informamos antes, em publicações dentro desse braço da campanha intitulado “Varginha, Chega de Acobertamento”, foram protocolados vários processos de solicitação de documentos via Lei de Acesso à Informação (LAI) nº 12.527/2011, no site www.gov.br, por membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Inicialmente, solicitamos mais de uma centena de “números únicos de protocolos” (NUPs), todos eles daquela 4ª RM/4ª DE, desclassificados por fim de prazo de sigilo e publicados no “Rol de Informações Classificadas” do Exército, conforme manda a LAI. Mas que, dado à revelação de outras informações oriundas dos processos burocrático-administrativos contidos nesses NUPs, foram geradas mais algumas dezenas de referências a outros documentos. Dessa forma apareceram mais citações sensíveis, consequentemente gerando mais pedidos via LAI, numa segunda sequência.

Pois é exatamente aqui, nesta segunda fase de pedidos da operação pente-fino desencadeada dentro da CBU, que a trama começou a mostrar a sua cara. A partir dessa fase os pedidos de recorrência em instâncias superiores (1ª, 2ª, 3ª e, no momento, um caso em 4ª instância – Comissão Mista de Reavaliação de Informação (CMRI)), começaram a se multiplicar. Só este articulista detectou inúmeras situações de irregularidades que são, no mínimo, questionáveis com relação ao descumprimento à LAI. Mas por qual razão aquela OM e suas instâncias superiores, incluindo a própria Polícia Militar de Minas Gerais (PM/MG), estariam escondendo documentos não só dos ufólogos, mas da população em geral, ao total arrepio da Lei?

A resposta para esta pergunta não está nas justificativas dadas pelos militares de alta patente da ativa, responsáveis pela hoje ilegal manutenção de sigilo, ainda que elas venham disfarçadas sobre alegação de termos como “divulgação passiva” e “divulgação ativa” da informação solicitada; “pedidos desarrazoados”, “informações sensíveis sobre operações e táticas militares”, “segurança da sociedade e do Estado” etc., quase todas essas justificativas acompanhadas do famoso “lero-lero juridiquês”, para indeferimento do acesso às informações. A resposta à questão levantada possivelmente reside exatamente no que foi e está sendo pesquisado pelos ufólogos; no que disseram e ainda dizem as testemunhas que não se curvaram às tentativas de silêncio e, agora, pelo que vêm revelando, mesmo que parcialmente, informações oficiais contidas em documentos da época.

Entremos, portanto, em apenas um dos exemplos das solicitações de informação via LAI direcionadas ao Exército, para não nos estendermos muito, já que são dezenas de processos com centenas de NUPs que já estão em várias instâncias, como dissemos. Contudo, só nesse exemplo podemos constatar o que foi solicitado, o que foi fornecido, o que foi negado, a quem foram direcionadas as correspondências geradas no Exército, como por exemplo, à PM/MG; quais referências contêm e como elas se correlacionam com o caso, através de suas datas de geração:

– Processo LAI: 60143.003050/2023-41 – Solicitação de cópias de 63 protocolos sigilosos desclassificados (NUPs), vários deles originários em 1996. Desses 46 o Exército só forneceu 20, e apenas cinco foram gerados no ano de 1996. Lembrando que a Sindicância inicial da EsSA teve origem em 10 de maio de 1996 e o IPM, em 13 de fevereiro de 1997. O acesso aos demais 36 NUPs foi negado sem argumentação alguma, deduzindo-se que seja pela “desrazoabilidade” numérica. O processo está na Controladoria Geral da União (CGU), em recorrência de 3ª instância, uma vez que os documentos existem, foram localizados, desclassificados e, portanto, não podem ter seu fornecimento indeferido.

Nos documentos fornecidos pelo Exército neste processo específico que pegamos como exemplo, e em alguns outros menores, foram encontrados ofícios da 4ª RM/4ª DE para o CB/MG, PM/MG e EsSA, entre outras OMs da mesma região, em datas altamente suspeitas. Algumas delas contendo referência a anexos compostos por inventários de “Documentos Sigilosos Controlados” (DSC), fichas de agentes e de veículos descaracterizados para uso em serviços de inteligência, transferência de oficiais e soldados para outras OMs e, pasmem, sugestões de comportamento no repasse de informações sigilosas geradas pelo Exército logo após a instauração do IPM, quando essas fossem direcionadas à PM ou ao CB.

Contudo, como vimos dizendo, poucos desses anexos foram fornecidos. A maioria deles são em forma de ofícios que, ou não foram encontrados e nem fornecidos, ou quando fornecidos vieram tarjados, praticamente impedindo deduções mais exatas. Se já tivemos condições de levantar sérias suspeitas dentro de mais ou menos 1/5 do que foi solicitado e liberado, imaginem quando quase tudo vier à tona? Por essas razões, tudo que foi negado está na CGU ou sendo encaminhando para CMRI, 3ª e 4ª instâncias para revisão de decisão negativa, à exceção de um, que apesar ter sido gerado na 4ª RM/4ª DE, foi encaminhado, recebido e localizado pela PM/MG, assim teve que ter seu recurso direcionado à Controladoria Geral do Estado (CGE/MG).

Por Fernando Aragão Ramalho

MAJOR DO EXÉRCITO DESMENTE PUBLICAMENTE VERSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM).

Dentro já da fase quase final de nossas postagens para pontuar pontos chaves não só da história do Caso Varginha e de todo o processo de acobertamento dos fatos, que serão base para nossas principais denúncias, não podemos deixar de abordar um outro momento crítico e grave de todo o “enredo” para a manutenção do sigilo e mais uma vez vamos falar do Inquérito Policial Militar (IPM) deflagrado dentro da Escola de Sargento das Armas (ESA) como resposta ao livro “Incidente em Varginha – Criaturas do Espaço no Sul de Minas” de autoria e responsabilidade do ufólogo mineiro Vitório Pacaccini.

Já foi mencionado aqui em nossa campanha, que o próprio investigador inicial do caso, o Dr. Ubirajara Rodrigues, após seu depoimento no início de abril de 1997, prestado nas dependências da ESA, recebeu uma “curiosa” solicitação do responsável pela condução do IPM, Ten. Coronel Lúcio Carlos F. Pereira, para que o procedimento fosse mantido em sigilo, longe da mídia.

Meu conhecimento detalhado dos bastidores ocultos das investigações e de tudo que envolveu esse Inquérito, revela que com a mudança de comando da Escola de Sargento das Armas (ESA), mediante a transferência do General Sérgio Pedro Coelho Lima, para longe do Sul de Minas (ainda vamos abordar essa questão em outra postagem), houve uma nítida mudança nos objetivos e condução prática do procedimento após o General de Brigadada Marco Antônio Tilscher Saraiva, assumir o comando da ESA. Se a tese de “Ilícito Penal” (crime) fosse atribuída à obra de Pacaccini e esse viesse a ser processado, as implicações e principalmente os desdobramentos do caso poderiam fugir totalmente do controle do Exército.

O sigilo sobre o procedimento se tornou algo prioritário para que o Inquérito Policial Militar fosse conduzido da forma mais “livre”, se possível, sem o acompanhamento da mídia. Falando claramente, com a transferência do general Lima e a posse do novo comando, não havia a menor pretensão que os resultados do procedimento algum dia se tornassem de domínio público.

No dia 4 de julho de 1997, poucos meses após o início do procedimento (IPM), ele já estava sendo devidamente arquivado pela justiça militar. Mas qual foi o seu resultado? Algum órgão de imprensa, ou mídia, teve acesso na época ao procedimento e à sua conclusão?

A resposta para essas duas questões é a base para o início de uma sequência de procedimentos que estaremos realizando. Não, o IPM, após a saída de Lima, foi conduzido dentro da premissa, que não se tornaria público. Há evidências para essa minha interpretação? Sim, com toda certeza e existem aspectos dentro não só das centenas de páginas que documentam o procedimento, como até uma entrevista de uma alta patente da própria Escola de Sargento das Armas, o Major Calza, que dois anos após o arquivamento do Inquérito, simplesmente ignorou os resultados do IPM, quando de suas declarações para um documentário produzido pela “Transmedia Productions” de Londres, veiculado pelo canal internacional Discovery Channel.

Se dependesse dos interesses do Exército o procedimento investigativo ainda estaria esquecido e isso só não aconteceu por conta das ações de meu nobre companheiro de campanha, o Ufólogo Fernando Aragão Ramalho, que conseguiu localizar no ano de 2010 o documento e passou para uma importante mídia nacional os passos para sua obtenção inicial. Esse foi um dos pontos altos da Campanha “UFOs – Liberdade de Informação Já”, da Comissão Brasileira de Ufólogos e da Revista UFO.

O militar, que fazia parte na época (1999) do comando da instituição do Exército Brasileiro prestou informações surpreendentes, dentro de uma narrativa absurda, que envolvia no lugar de alienígenas, um casal de anões.

O mais relevante para aqueles que buscam a verdade sobre o caso da queda do UFO e o recolhimento de parte de sua tripulação, entretanto, é que a alta patente do Exército Brasileiro, ignorou solenemente os resultados (também absurdos), do IPM, que de forma destacada e supostamente inequívoca, apontaram que o ser avistado pelas “meninas do caso”, Liliane, Valquíria Silva e amiga Katia Xavier, apenas um deficiente físico e mental, conhecido como “Mudinho”.

Mas voltando ao depoimento da alta patente da Escola de Sargento das Armas (ESA), Calza declarou que “no dia 20 de janeiro estava chovendo muito forte em Varginha… Nós deslocamos dois caminhos para Varginha para que fizessem a manutenção prevista… No desenrolar de toda a história houve um série de coincidências de fato… Havia no hospital de Varginha um casal de anões, onde a senhora estava grávida para ganhar o neném. Isso coincide com o fato da ESA ter pegado essa criatura, ter colocado no caminhão e levado para o hospital de Varginha, onde o pessoal disse ter encontrado um casal de Ets…”.

O que chama atenção na gravação do depoimento de Calza exibido mundialmente (inclusive no Brasil), que hoje aparece em diferentes canais do Youtube, é o ponto, depois de falar dos anões, que o militar declara: “Isso coincide com o fato da ESA ter pegado essa criatura, ter colocado no caminhão e levado para o hospital de Varginha”. Conforme muito bem chamou atenção o Ufólogo e grande amigo Wallacy Albino, hoje infelizmente saudoso, o militar declarou explicitamente o transporte de um dos seres em uma viatura, caminhão do Exército, para um dos hospitais da cidade, ou então Calza não considera como humanos os anões, já que usou o termo “criatura”.

Como explicar que uma alta patente da própria Escola de Sargento das Armas (ESA), que já servia na instalação militar desde o início da história do caso Varginha, tenha apenas dois anos após o encerramento do IPM, ao se expressar publicamente em nome da própria ESA para explicar o caso, não tenha feito uma única referência a “solução” oficial do episódio apresentada ao término do procedimento, o “senhor Mudinho”? Basta dizer, que o referido Major, aparece nas gravações do dia 8 de maio de 1996, ao lado do General Sérgio Pedro Coelho Lima, quando o então comandante da ESA desmentiu qualquer ligação com a história, tanto por parte de seus militares, veículos etc.

O depoimento de Calza é claramente explosivo após a disponibilização do IPM. Ele desmente também em outros aspectos as declarações da figura máxima dentro da hierarquia militar da ESA, seu ex-comandante, o general Lima. Cabe hoje a cada um de nós, eu diria até pelo respeito da sociedade, em relação à seriedade de nossas instituições militares, postura que eu mesmo tenho, receber uma manifestação pública sobre essas questões. Não se trata aqui de uma opinião pessoal minha, interpretação desse autor, frente os aludidos fatos. Tudo está devidamente documentado e é passível de acesso por qualquer pessoa.

O respeito a hierarquia é um dos pilares fundamentais das Forças Armadas e do meio militar em geral. As declarações do referido major possuem implicações ainda maiores, pois desconsideraram uma suposta verdade estabelecida com o aval da justiça militar. Minha interpretação, frente o que declarei acima, agora deixo claro, se trata apenas de uma percepção pessoal e só teria sentido se o Exército estivesse de fato agindo com transparência, seriedade ao se pronunciar para mídia e por consequência, para a população de nosso país.

Por Marco Petit

TESTEMUNHAS MILITARES E SUAS IMPLICAÇÕES. O QUE PODE ACONTECER?

Um dos aspectos centrais do Caso Varginha, e provavelmente o mais importante no início de suas investigações, diz respeito aos primeiros depoimentos militares das forças envolvidas (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e Exército Brasileiro) e dentro dessa questão o destaque foi sem dúvida o trabalho do ufólogo Vitório Pacaccini, que antes de se apresentar para o advogado e investigador inicial do caso, o ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, já havia conseguido um depoimento explosivo gravado por ele em áudio.

Pacaccini já integrado as investigações iniciadas por Rodrigues, conseguiu logo em seguida acesso a outras fontes militares, que contra ordens recebidas dos comandos das diferentes forças envolvidas com a história (Bombeiros, Polícia Militar de Minas Gerais e Exército Brasileiro), passaram a colaborar para o estabelecimento da verdade. Essas testemunhas, que haviam participado diretamente de vários dos aspectos do caso, tendo a oportunidade, inclusive, de ter contato visual com as criaturas capturadas, não só deram base para tudo que já vinha sendo estudado mediante testemunhas civis, mas trouxeram detalhes impressionantes de aspectos, que antes não haviam sido acessados pelos investigadores.

Como conhecedor de todo esse material e tendo participado diretamente da obtenção ao lado de Pacaccini de uma das gravações realizadas em vídeo, posso garantir e já dei testemunhos sobre isso, que as investigações podem ser divididas entre o que foi feito antes e depois do início desse processo, que permitiu a obtenção dessas gravações e Pacaccini, foi sem dúvida, o diferencial nessa história, mediante seus contatos com fontes fundamentais no Sul de Minas Gerais.

No dia 4 de maio daquele ano (1996) eu saí com o referido ufólogo para gravar em vídeo o depoimento daquela que ainda hoje é considerada fundamental, que foi a base para que poucas horas depois, em uma reunião histórica na cidade de Varginha (MG), o mesmo pesquisador (Pacaccini), pudesse dar os nomes de vários militares da Escola de Sargento das Armas (Exército), a principal força envolvida não só com as operações relacionadas ao caso, como àquela que liderou todo o processo de abafamento ou acobertamento sobre a queda do UFO e o recolhimento, captura de pelo menos parte de sua tripulação. Minha missão na oportunidade foi gravar em vídeo o depoimento dessa fonte na forma de uma entrevista concedida pelo membro da ESA (Escola de Sargento das Armas), a instalação do Exército Brasileiro situada na cidade vizinha de Três Corações (MG).

Essa fonte militar deu detalhes impressionantes sobre o que aconteceu dentro do Hospital Humanitas, para onde um dos seres foi levado após sua captura. O depoimento gravado revela a morte da criatura, retirada por um comboio militar do Exército e em seguida levada dentro de uma caixa de madeira para as próprias instalações do Exército Brasileiro na já mencionada cidade de Três Corações, a poucos quilômetros de distância de Varginha. Revelou a Pacaccini e à minha pessoa, que foi feito todo um processo visando a manutenção do sigilo sobre o que estava de fato acontecendo até mesmo para os militares de baixa patente que participaram daquele comboio. Apenas aqueles que precisavam saber para desempenharem funções específicas tinham informações sobre a natureza real daqueles acontecimentos. Segundo ainda a mesma fonte houve um outro comboio da ESA (Exército) para levar os “materiais” ligados ao caso para a cidade de Campinas (SP).

O mesmo militar deixou claro, que nos dias e semanas seguintes a divulgação por Pacaccini dos primeiros nomes de militares do Exército envolvidos com a história, foi criada uma operação, procedimento, para tentar identificar os militares envolvidos com o vazamento de informações e gerar um documentação de “salvaguarda” assinada por todos que na visão do comando da instituição militar poderiam estar envolvidos com a quebra de segurança e transmissão de informações para os ufólogos à frente do caso.

Falando claramente, cada militar de baixa patente ou não, envolvido com aqueles acontecimentos, que poderiam ter tido contato com os ufólogos à frente das investigações, teriam participado de uma farsa, declarando, que nos momentos que haviam de fato participado do caso, estavam na verdade em outros locais, dentro de “missões”, que nada tinham de relacionamento com a história.

Poucos dias depois da gravação histórica do depoimento de nossa fonte militar, o General Sérgio Pedro Coelho Lima, na época comandante da Escola de Sargento das Armas (ESA), após ler no dia 8 de maio (1996) para a imprensa um nota de poucas linhas desmentindo qualquer envolvimento da instituição militar com aqueles acontecimentos (queda de um UFO, captura e transporte dos seres), ao ser questionado por um dos jornalistas presentes da EPTV, uma afiliada da Rede Globo, sobre onde estavam os militares citados por Pacaccini nos momentos que envolveram o caso, declarou para os presente simplesmente que “trabalhando em prol do Exército, em prol da Nação”.

No dia 10 de Maio (1996), apenas 6 dias depois da reunião histórica em que os nomes de militares do Exército envolvidos com o caso foram citados pela primeira vez por Pacaccini e dois dias depois do desmentido oficial do General Sérgio Pedro Coelho Lima, o comandante da ESA instaurou “curiosamente” uma Sindicância Militar, em que os militares citados por Pacaccini, como envolvidos com o caso, e outros, que o comando da instituição certamente sabia que tinham de fato participado das operações e potencialmente poderiam, portanto, estar revelando a verdade, prestaram depoimentos devidamente assinados, entre outras coisas, para oficializar que nada tinham de ligação com os acontecimentos, pois cada um desses militares, supostamente, teriam estado na verdade em outros locais, totalmente apartados dos fatos, que os ufólogos estavam divulgando.

Mas voltando ao militar cuja entrevista a Pacaccini tive a honra de documentar em vídeo, existe muito mais que poderia ser dito, mas não posso deixar de ressaltar nesse momento o temor da testemunha frente a possibilidade de ser identificado pelo comando da instituição. A fonte não escondeu o nível de sua preocupação e muito menos as possíveis consequências para ele, por estar se posicionando contra o acobertamento de forma tão categórica, passando informações de qualidade indiscutível, inclusive substanciadas não só pelo comportamento dos comandos militares envolvidos (Bombeiros, PM – MG e do próprio Exército) relacionado as inúmeras contradições perpetradas no contato com diferentes mídias nas tentativas de negar a natureza ufológica dos acontecimentos, como a forma que essas autoridades se posicionaram dentro do próprio Inquérito Policial Militar (que já foi abordado aqui nessa campanha de forma inicial), aberto oficialmente para aferir a possível ocorrência de ilícito penal no conteúdo da primeira obra sobre a história, o livro “Incidente em Varginha” de autoria do próprio Pacaccini. Isso será explicitado de forma categórica por esse autor e pelo ufólogo Fernando Ramalho, que assina também o conteúdos da presente campanha.

Poucos dias depois de ter gravado em vídeo o explosivo depoimento da segunda testemunha militar, um outro foi conseguido e gravado mais uma vez na cidade de Varginha tendo à frente pela terceira vez o investigador Vitório Pacaccini. Isso aconteceu ainda em maio daquele ano (1996), no mesmo dia em que eu e o ufólogo e amigo Claudeir Covo, outro nome de destaque dentro das investigações do caso, estávamos reunidos em um seminário que organizei na cidade do Rio de Janeiro. Claudeir chegou a comunicar ao público, em primeira mão, naquele dia, que outro membro do Exército Brasileiro, que também tinha ficado frente a frente a uma das criaturas, estava tendo suas declarações sobre o incidente também gravadas no Sul de Minas. A descrição detalhada da criatura prestada por essa nova fonte era exatamente igual, por exemplo, a apresentada pelas irmãs Liliane e Valquíria Silva, que acompanhadas pela amiga Katia Xavier, avistaram às 15:30 do dia 20 de janeiro de 1996, uma dos seres no bairro Jardim Andere (Varginha), avistamento que acabou por dar como se conhece origem a investigação do caso.

Quando retornei a Varginha e vi esse depoimento, que passei também a ser um de seus “guardiões”, não só fiquei impressionado pela forma séria e contundente do relato de mais esse militar, como do estado emocional que se encontrava a testemunha ao se deixar gravar. Eu nunca havia visto um testemunho revestido de tamanha gravidade e temor. O militar estava visivelmente aterrorizado pelo que havia sido testemunha e sabia das possíveis implicações de seu relato. Coisas muito mais graves aconteceram e serão aqui progressivamente apresentadas nas próximas semanas, não só mediante outras postagens, como de Lives em meu canal do Youtube, que mostrarão de uma forma diferenciada e objetiva, os motivos para o Exército Brasileiro não ter tido interesse em tornar pública de início a existência do Inquérito Policial Militar (IPM) desenvolvido nas instalações da Escola de Sargento das Armas e, em seguida, sua descabida conclusão.

Apesar do conteúdo explosivo dos depoimentos ter sido divulgado por mim e outros dos principais investigadores do caso, as gravações não puderam ser até hoje disponibilizadas abertamente, pois isso identificaria nossos informantes, sujeitando esses militares a situações imprevisíveis. Para demonstrar de forma objetiva a existência desses materiais, o jornalista (hoje saudoso) Goulart de Andrade teve acesso aos vídeos em uma deferência especial de Pacaccini e de Ubirajara Rodrigues. Em épocas mais recentes, quando de minha participação no episódio sobre Varginha da série televisiva “De Carona com os OVNI”, exibida pelo canal History Channel, procedi da mesma forma, apresentando para Fred Morsch, o ancora do programa, essas mesmas gravações iniciais, na certeza, que esses militares, não teriam suas identidades divulgadas. Essas gravações, entretanto, e outros documentos (diferentes origens), possuem um relacionamento direto com ações que já estão sendo gestadas nesse momento, colocadas mesmo em prática, inclusive, legalmente, para expor de forma decisiva os aspectos mais obscuros de toda essa história.

Por Marco Petit

VARGINHA E OS ARQUIVOS DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES.

Atualmente um dos pilares do movimento ufológico pela busca da verdade sobre a realidade, presença e ação continuada de seres alienígenas inteligentes na Terra, se baseia principalmente na procura pelos registros oficiais dos governos. Estes, com algumas exceções, são documentados, catalogados e arquivados em sua maior parte por forças militares. No Brasil não é diferente e a própria história da campanha UFOs, Liberdade de Informação Já, lançada em 2004, parcialmente finalizada dez anos depois e agora retomada com foco específico sobre o Caso Varginha, é a maior prova disso. São milhares de páginas em centenas de documentos da Força Aérea, alguns da Marinha e do Exército Brasileiro que chegaram às prateleiras dos arquivos públicos, posteriormente multiplicados em diversos sites de internet, públicos e particulares. Disponíveis em vários formatos, essas informações que nos servem como prova da intensa atividade alienígena no país está disponível para acesso rápido a qualquer cidadão, e isso não tem como ser contestado. Mas outras, infelizmente, só podem ser acessadas através do acionamento dos dispositivos legais do país, usando-se a Constituição Federal, através da Lei n.º 12.527/2011, ou Lei de Acesso à Informação (LAI) e suas normativas subsequentes.

Ao longo das últimas semanas, viemos divulgando paulatinamente como está o andamento dessa nova fase de busca pelas informações cruciais do Caso Varginha, na campanha “Varginha, Chega de Acobertamento”. Como se sabe, esse caso icônico da ufologia brasileira foi disparado por fatos que ocorreram em janeiro do ano de 1996 naquela cidade de Minas Gerais, tendo suas consequências fatídicas negativamente se estendendo para alguns cidadãos varginhenses, como o isolamento social de testemunhas, a morte do Policial Militar Marco Eli Chereze e, em termos positivos, até mesmo impactos em projetos científicos brasileiros na área espacial, meses após a ocorrência em si, ou pelo menos até o ano de 1997. Entretanto, o que não se sabia, e isto certamente foi feito de forma intencional por militares, oficiais do Exército e pelo menos um ufólogo envolvido inicialmente nas investigações, é que a causa de tudo isso, assim como seus registros de investigação, deveriam ficar eternamente arquivados, ou pelo menos escondidos enquanto se pudesse esconder. Estamos, claro, nos referindo inicialmente ao hoje famigerado inquérito policial militar, IPM n.º 18/97, da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) do Exército Brasileiro, sediado na vizinha cidade de Três Corações/MG. Inquérito esse que, já sabemos e estamos divulgando semanalmente, tratou-se de uma farsa montada como se fosse uma investigação para apurar se o ufólogo Vitório Pacaccini, um dos primeiros a ter acesso às testemunhas civis e militares, teria cometido algum crime ao publicar em seu livro “Incidente em Varginha” toda a verdadeira história nos mínimos detalhes. O que na verdade o IPM visava era descobrir como e quem, de dentro da EsSA, estava passando informações sobre as criaturas capturadas, sua espaçonave alienígena e seus destinos, aos estudiosos do caso, por conseguinte à imprensa. Sem conseguir seu intuito principal, mas coletando assinaturas em depoimentos forçados de seus subordinados dentro da hierarquia militar, a apuração levada a cabo pela EsSA finalizou o IPM com uma conclusão no mínimo bizarra, a respeito dos seres relatados pelos civis e pelos militares, os quais teriam sido confundidos com o cidadão varginhese conhecido como “Sr. Mudinho”.

Mas não é só este IPM, vindo a público após intervenção deste ufólogo junto ao deputado federal Chico Alencar, por meio de resposta ao requerimento de informações da Câmara dos Deputados protocolado em 2009 (RIC 4470/2009), que vem mostrando as consequências monumentais e históricas impressionantes do caso, e que por isso mesmo deveria, segundo a mentalidade militar, continuar escondido. Os motivos para manutenção desse segredo vêm sendo foco de apuradas análises nossas em parceria com o ufólogo Marco Antônio Petit, de colegas da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e até do próprio Vitório Pacaccini, e serão expostos ao longo das nossas postagens semanais, uma vez que só o trabalho conjunto propiciará a montagem desse verdadeiro mosaico ufológico sobre os acontecimentos de Varginha.

Entretanto, as peças desse quebra-cabeça vão se encaixando conforme as respostas vão aparecendo, de todos os lados, dado a magnitude do caso, e não são poucas. Algumas apareceram recentemente, através de protocolos públicos pedindo acesso aos arquivos governamentais por meio do acionamento da LAI. E, como poderemos constatar adiante, essas “peças” não vêm só dos militares.

Há exatas duas semanas, publicamos aqui as diretrizes da Controladoria Geral da União (CGU) que vem dando novos rumos aos pedidos de informação via LAI, vários desses pedidos versando sobre ufologia, 25 deles só sobre informações do Caso Varginha. Uma dessas diretrizes, o “Enunciado CGU n.º 11/2023”, fez o Ministério das Relações Exteriores (MRE) enviar-nos, em recorrência à 2ª instância de um dos processos, três documentos desclassificados que se encaixam perfeitamente na contextualização subliminar, advinda dos acontecimentos de janeiro de 1996. Em manifestações anteriores isso nunca havia ocorrido, tendo em vista que os processos disparados até o ano de 2022, todos eles endereçados ao Ministério da Defesa, mal passavam da 2ª instância sem serem indeferidos.

É sabido que durante as investigações implementadas pelos primeiros ufólogos a terem acesso aos depoimentos de militares que, além da Universidade de Campinas, pelo menos uma das criaturas, e os destroços da nave que se espatifou nos arredores de Varginha em janeiro de 1996, tiveram como destino bases tecnológicas dos Estados Unidos da América, resgatados por um avião militar cargueiro oriundo daquela nação, poucas vezes antes visto por essas bandas da América do Sul. Essa questão do traslado de material de origem espacial, biológico e tecnológico, diga-se de passagem, a outra nação, no caso os EUA, foi suscitada inclusive em outro RIC do deputado Chico Alencar (RIC 3515/2018). Aqui Alencar questiona ao governo se, além de manter sigilo sobre o caso da queda e captura de seres alienígenas em território brasileiro, o envio deles e dos destroços da nave à outra nação poderia ser traduzido literalmente como uma quebra de soberania nacional. Ou seja, alguém, detentor de alto posto na hierarquia militar ou civil do Estado, possivelmente teria ordenado o cometimento, um crime caracterizado como de lesa-pátria, caso isso não se desse por um motivo suficientemente compensatório ao país. Esse crime, ou troca, teria sido, inclusive, executado a contragosto de patentes militares inferiores, tanto da EsSA como do próprio comando da 4ª Região Militar da 4ª Divisão do Exército (4º RM/4ª DE). A ordem para esse suposto “crime” teria partido de Brasília, e fora ratificada numa reunião do Alto Comando do Exército (RACE) naquele ano.

É sabido, também, dentre às informações coletadas e checadas com os fatos subsequentes, que foi justamente nos anos de 1996 e 1997, exatamente após a ocorrência varginhense, que vários diretores e cientistas da NASA pela primeira vez puseram seus pés no Brasil. Que foi nessa época que o Brasil se tornou o único país em desenvolvimento do planeta a fazer parte do Projeto da Estação Espacial Internacional (ISS), numa parceria NASA-Agência Espacial Brasileira (AEB), visando turbinar o crescimento até então cambaleante, da indústria espacial brasileira com o desenvolvimento de novas tecnologias numa redução de custos inimaginável. Coincidentemente, é nesse mesmo período que começaram as tratativas para envio dos primeiros astronautas brasileiros, na ainda moderna nave, o ônibus espacial Columbia, tudo tratado em correspondências entre Brasília e Washington, encontros com direito a almoços e jantares entre a alta cúpula diplomática e científica de ambas as nações.

Ora, na política e na diplomacia sabe-se que coincidências não existem. O próprio deputado Chico Alencar, nas tratativas com este ufólogo para edição dos RICs que foram enviados ao Ministério da Defesa, foi convencido de que o assunto é seríssimo e precisa de respostas convincentes, não de enrolação e sigilo. Nesse sentido, estamos também levantando uma série de arquivos em sequência, dentro da 4ª RM/4ª DE, assim como foi feito junto ao Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, para ver até onde têm digitais do Exército nessa trama. Esses arquivos do MRE, que dispomos para consulta abaixo, servem não só para dar robustez a essa versão extraordinária dos fatos, mas também para acabar com o sigilo e compreender finalmente o que ocorreu com o material biológico e tecnológico que, por definição legal, deveria pertencer ao nosso país.

Chico Alencar também conhece bem outro ditado famoso na política diplomática: “Não existem almoços de graça”. Vale conferir se o nobre deputado tem razão, acessando os arquivos desclassificados vindos do MRE, levantados a público graças à campanha “Varginha, Chega de Acobertamento”:

Anexo 1: MRE/Tel/Carta Ostensivo nº 1998, de 03/12/1996; Anexo 2: MRE/Tel/Carta Ostensivo n.º 2066, de 11/12/1996;
Anexo 3: MRE/Tel/Carta Confidencial n.º 589, de 04/09/1997; Anexo 4: MRE/Tel/Carta Reservado n.º 1736, de 20/10/1997;
Anexo 5: MRE/Tel/Carta Confidencial nº 1957, 02/12/1997

*Documentos abertos via Lei 12.527/2011(LAI) – NUP 09002.000551/2023-22.

Hiperlinks citados no texto:

1 – https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/459588 (RIC 4470/2009)

2 – https://ufo.com.br/lei-acesso-informacao-varginha/

3 – https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2173704 (RIC 3515/2018).

Por Fernando Aragão Ramalho

TENENTE-CORONEL do EXÉRCITO BRASILEIRO responsável pelo INQUÉRITO POLICIAL MILITAR, pediu COLABORAÇÃO ao Ufólogo e Advogado Ubirajara Franco Rodrigues para manter em SIGILO o PROCEDIMENTO. (24/05/2023)

Um dos aspectos que com certeza deve ser recordado e na verdade ressaltado aqui nessa série de postagens, diz respeito diretamente aos bastidores que envolveram o depoimento do ufólogo e advogado Ubirajara Franco Rodrigues, prestado no dia 2 de abril de 1997, dentro das instalações da Escola de Sargento das Armas situada na cidade de Três Corações.

Na primeira postagem dessa nossa campanha de esclarecimento sobre o Caso Varginha e cobrança da verdade dos fatos, que envolveram a queda de um UFO e o recolhimento de pelo menos parte dos seus tripulantes por forças militares no Sul do Estado de Minas Gerais, ressaltei a defesa objetiva e contundente da veracidade de toda história pelo ufólogo citado acima.

Conforme pode ser verificado na referida postagem na página oficial de nossa campanha, Rodrigues não deixou dúvidas sobre suas certezas em relação a importância do que havia acontecido e vinha sendo acobertado pelo Exército Brasileiro e as demais forças militares envolvidas.

O que vou comentar em seguida deve ser mantido na memória para que dentro das próximas semanas, quando tanto eu como Fernando Ramalho começarmos a fazer as postagens mais cruciais sobre o caso, que vão revelar o que passou a acontecer dentro do IPM e com que finalidade, cada um de vocês possa ter em mente o sentido de tudo que vamos mais do que anunciar, denunciar, em relação aqueles que desejavam desmoralizar a história, processo na verdade que ainda continua hoje, sendo mantido, inclusive com a participação de civis.

Após o seu depoimento, dentro do qual, segundo o próprio Rodrigues, havia sido muito bem tratado pelos representantes do Exército nas dependências da ESA (Escola de Sargento das Armas), houve no mínimo uma curiosa manifestação do Ten. Coronel Lúcio Carlos F. Pereira (encarregado do IPM). A autoridade militar solicitou de forma clara e objetiva, se fosse possível, que Rodrigues mantivesse longe da mídia e não fizesse divulgação pública do procedimento policial, investigativo, que iria definir se o ufólogo Vitorio Pacaccini, autor da obra “Incidente em Vargina”, havia cometido alguma forma de ilícito penal (crime), em suas colocações em defesa do caso e contra o acobertamento da história. Pacaccini, entre outras declarações no conteúdo da obra, havia chamado de farsa a sindicância militar, que havia precedido o próprio IPM, mediante a qual o Exército havia tentado identificar nossos possíveis informantes militares. Uma de nossas fontes militares realmente deixou claro que parte dos procedimentos dessa sindicância não passavam de uma tentativa de ter documentos assinados pelos depoentes (militares da ESA) negando, inclusive terem tido qualquer contato com Rodrigues e Pacaccini. Dentro dessa mesma perspectiva, o comando da ESA teria documentação assinada por cada um dos “suspeitos” de estarem vazando informações, revelando que na verdade estavam nos dias e horários das principais ocorrências do caso em outros locais, realizando atividades diferenciadas.

Mas o ponto que deve ficar aqui registrado por meio dessa postagem, é o fato injustificável e fora de propósito, justamente da autoridade militar maior, que conduzia o IPM, fazer a solicitação de sigilo. Qual seria o motivo para isso? Essa questão chama atenção para uma outra óbvia: porque um dos dois principais investigadores do caso aceitaria ou concordaria em não passar para a mídia, a imprensa em geral, a existência daquele procedimento, se o potencial “réu”, o autor da obra que foi indiciada e deu origem ao IPM, Vitório Pacaccini, era seu principal parceiro e daria seu depoimento logo nos dias seguintes?

Cada um de vocês que está lendo essa postagem consegue imaginar o que teria acontecido se o Dr. Ubirajara Rodrigues ao sair da ESA (a instalação do Exército), tivesse reunido a mídia para informar o que estava acontecendo dentro da Escola de Sargento das Armas envolvendo não só o Caso Varginha, mas justamente o livro, cujo autor tinha conseguido as primeiras testemunhas militares, inclusive dentro das próprias fileiras do Exército Brasileiro? Mais do que isso, se antes do seu próprio depoimento essa mesma mídia já tivesse sido comunicada pelo mesmo ufólogo, que havia sido “convidado” como testemunha do Inquérito Policial Militar para prestar esclarecimentos? A história por trás dessas interrogações é uma das mais explosivas não só do Caso Varginha, mais da própria Ufologia Brasileira.

Cada uma dessas questões será respondida de forma objetiva quando eu e meu parceiro, o Ufólogo Fernando Ramalho, nas próximas semanas, depois dessas postagens preparatórias, começarmos a revelar o lado mais obscuro do que aconteceu no Sul de Minas Gerais. Essas questões fazem parte de um mesmo contexto, de uma linha de ação colocada em prática dentro de um processo, que envolveu diretamente a área da Inteligência Militar, especificamente do Exército Brasileiro.

Por Marco Petit

A LAI (Lei de Acesso à Informação) e os Arquivos Governamentais do Caso Varginha. (18/05/2023)

O jornalista investigativo Lucas Figueiredo em sua obra Lugar Nenhum (2015, Ed. Companhia das Letras) narra com detalhes como foi e, ao que tudo indica, ainda é, a obsessão militar com a metodologia de registro dos seus atos em missões, sobretudo aqueles ilegais, através da geração, guarda e ocultação de informações em seus arquivos. No seu livro, Figueiredo discorre sobre essa prática durante a ditadura, período compreendido entre os anos de 1964 e 1985, em três atos: preservar, esconder, mentir, calar. Mas o que tem a ver informações da ditadura, com o Caso Varginha, ocorrido mais de 10 anos após a queda do regime
de exceção e oito da nova Constituição Federal? Muita coisa!
Esta semana, quando uma das leis complementares da Constituição, a Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação – LAI), completa exatos 11 anos de sua vigência efetiva, ainda vemos antigos vícios oriundos da ditadura presentes no trato da informação pública, especialmente a sigilosa. É o que notamos após anos protocolando centenas de processos solicitando a abertura dos documentos ufológicos em arquivos institucionais públicos, desde o lançamento da campanha UFOs, Liberdade de Informação Já, no início do ano de 2005. As constantes negativas de acesso aos documentos, principalmente os do Exército, faz com que esses arquivos públicos institucionais sejam tratados como se privados fossem, ou seja, observamos a mesma prática suja e ilegal exposta pelo citado jornalista em sua obra. Segundo o Exército Brasileiro, os documentos pedidos pelos ufólogos estão em “Lugar Nenhum”.

Conforme levantamento feito pelo próprio governo, ufologia
figura entre os temas mais frequentes visando requisições de acesso por meio de acionamento da LAI e, por questões óbvias, a quase totalidade é direcionada às três forças armadas (Ministério da Defesa). Sob nossa coordenação, neste ano de 2023 já foram protocolados pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) 24 pedidos de informação nesse sentido, cada um contendo em média oito solicitações de inteiro teor de documentos por nós identificados como sensíveis, dos anos de 1996 e 1997, oriundos da região militar do Exército onde ocorreu o Caso Varginha: 4ª RM/DE. Além desses 24 protocolos relativos a documentos do Caso Varginha, enviamos mais um, solicitando as informações restantes da Operação Prato. Aquelas mesmas que foram solicitadas, mas não foram enviadas ao Arquivo Nacional, após a histórica reunião entre a CBU e oficiais militares no Ministério da Defesa, em abril de 2013.

Só de autoria deste articulista são 12 processos, um deles, também relativo à Varginha, foi direcionado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), tendo em vista a participação do Itamaraty nas negociações que possibilitaram um suposto traslado de uma nave alienígena acidentada, e seus tripulantes capturados por militares, para os Estados Unidos da América, o que obviamente demandaria ações daquele Ministério, gerando informações em documentos.
Em respostas a todos esses processos, ficou patente pelo menos três dos atos dos militares, citados pelo jornalista Lucas Figueiredo: preservar, esconder e mentir, já que calar não seria mais uma opção, após a vigência da LAI.

Mas a coisa vem mudando, inclusive e principalmente durante a tramitação desses nossos processos. Ficou pior para aqueles que insistem em desvirtuar o princípio da moralidade e da transparência nos atos da governança militar, pois a partir de 2023 a Controladoria Geral da União (CGU), órgão ao qual se deve recorrer para solicitações via LAI denegadas nas primeiras instâncias onde são protocoladas, passou por uma notável reestruturação. As profundas reformas pelas quais a nova administração impôs ao órgão, como determinação direta da Presidência da República, surtiram efeitos tanto do ponto de vista funcional como do legislativo, tendo seus efeitos sendo estendidos a pelo menos 300 órgãos da administração pública, incluindo os de estrutura militar. Quatro dessas mudanças valem ser destacadas, inclusive porque vieram em resposta às nossas recorrências, a partir da 3ª instância, todas elas estipuladas pela Portaria Normativa nº 71 da CGU, de 10/04/2023:

Enunciado CGU nº 6/2023 – Abertura de informações desclassificadas:

Transcorrido o prazo de classificação da informação ou consumado o evento que consubstancie seu termo final, a informação tornar-se-á automática e integralmente de acesso público (art. 24, § 4º), ressalvadas eventuais outras hipóteses legais de sigilo (art. 22) e a proteção de dados pessoais (art. 31), devendo o órgão ou entidade pública registrar tal desclassificação no rol de informações classificadas, que é de publicação obrigatória na Internet, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.

Enunciado CGU nº 9/2023 – Telegramas, despachos telegráficos e as circulares telegráficas produzidos pelo Ministério das Relações Exteriores:

Os telegramas, despachos e circulares telegráficas produzidos pelo Ministério das Relações Exteriores são documentos que devem ter seu acesso restringido somente quando o objeto a que se referem estritamente se enquadrar em uma das hipóteses legais de sigilo. A proteção das negociações e das relações diplomáticas do País não pode ser utilizada como fundamento geral e abstrato para se negar acesso a pedidos de informação. Havendo informações pessoais no documento ou processo que não podem ser disponibilizadas, aplicasse o disposto no § 2º do art. 7º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, assegurando-se o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

Enunciado CGU nº 11/2023 – Restrições de acesso em virtude da desarrazoabilidade ou desproporcionalidade do pedido:

Pedidos de acesso à informação somente podem ser negados sob o fundamento da “desarrazoabilidade” se o órgão ou entidade pública demonstrar haver risco concreto associado à divulgação da informação ou se a contextualização do pedido de acesso não for real ou quando os fatos que consubstanciarem o pedido não estiverem expostos conforme a verdade; e, por sua vez, somente podem ser negados sob o fundamento da “desproporcionalidade” se o órgão evidenciar não possuir recursos, humanos ou tecnológicos, para atender o pedido. Para as duas situações, não podem tais argumentos serem utilizados como fundamento geral e abstrato para a negativa de acesso. Além disso, quando restar configurada a desproporcionalidade do pedido, o órgão ou entidade deve disponibilizar os meios para que o cidadão realize a consulta in loco, para efetuar a reprodução ou obter os documentos desejados, em conformidade com o disposto no art. 11, §1º, I, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.

Enunciado CGU nº 12/2023 – Informação pessoal:

O fundamento “informações pessoais” não pode ser utilizado de forma geral e abstrata para se negar pedidos de acesso a documentos ou processos que contenham dados pessoais, uma vez que esses podem ser tratados (tarjados, excluídos, omitidos, descaracterizados etc.) para que, devidamente protegidos, o restante dos documentos ou processos solicitados sejam fornecidos, conforme preceitua o § 2º do art. 7º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, assegurando-se o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. Além disso, a proteção de dados pessoais deve ser compatibilizada com a garantia do direito de acesso à informação, podendo aquela ser flexibilizada quando, no caso concreto, a proteção do interesse público geral e preponderante se impuser, nos termos do art. 31, § 3º, inciso V da Lei n. 12.527, de 2011, e dos arts. 7º, § 3º, e 23, caput, da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018.

E é extremamente perceptível a diferença no trato aos processos que este ano passaram a tramitar nas instâncias superiores. Para se ter uma ideia, desses 25 processos protocolados por membros da CBU no MD e no MRE, quase todos protocolos ou não foram atendidos por inteiro, ou vieram em partes, incompletos e faltando diversos documentos, todos atingidos por pelo menos a ausência de um desses “Enunciados” acima. Por esta razão tivemos que recorrer em quase todos os eles, consequentemente, todos os protocolos que foram encaminhados à CGU. Dessa forma, nessa instância superior ou tiveram a solicitação deferida, ou estão em vias de julgamento naquela, tudo exatamente ocorrendo após a publicação da Portaria Normativa nº 71.

Dentro dessas perspectivas de mudança, esperamos muito provavelmente para junho de 2023 já ter os primeiros resultados concretos de uma verdadeira operação pente fino, que estamos fazendo nos arquivos militares. Estão previstos para o segundo semestre o surgimento de documentos governamentais que comprovam tudo o que vem sendo divulgado pela ufologia brasileira, basta acompanhar. E, concomitantemente aos esforços que estão sendo postos em prática por alguns membros e colaboradores da CBU, em conjunto com os principais pesquisadores do Caso Varginha, como Vitório Pacaccini e Marco Petit, é certo e líquido que ainda este ano teremos uma verdadeira reviravolta tanto no Caso Varginha, quanto no que ocorreu com os filmes e fotografias originais da Operação Prato.

Por Fernando Aragão Ramalho

“AMEAÇAS E A PRESSÃO SOBRE OS UFÓLOGOS”. O que de fato aconteceu? (11/05/2023

Nessa terceira postagem, dentro do processo gradativo de deixar claro o que de mais relevante aconteceu e isso em um amplo sentido, envolvendo ainda nesse momento, os primeiros meses após o início das investigações, não há como deixar de abordar um aspecto que continua até os dias atuais longe da mídia e mesmo do conhecimento da maioria expressiva das pessoas interessadas na história, iniciada no mês de janeiro de 1996, no Sul de Minas, mais especificamente e principalmente na região dos municípios de Varginha e Três Corações.

Em várias oportunidades durante minhas conferências e debates que envolveram o Caso Varginha ao longo de mais de 25 anos, fui questionado sobre a realidade de um processo de pressão sobre os ufólogos e até a realidade de ameaças sofridas pelos seus principais investigadores.

A questão da própria tentativa frustrada de suborno da família Silva (Liliane, Valquiria e a mãe das duas, dona Luiza Helena), por parte de quatro personagens que adentraram a casa da família em uma noite no mês de abril de 1996, que permanecem ainda hoje não identificados, faz parte desse contexto mais grave da história, que parece revelar, provavelmente (essa é a minha visão pessoal) a presença de diferentes “setores” ou organizações por trás desses aspectos obscuros ou preocupantes dessa história. É preciso ter em mente ainda, que todo o processo de acobertamento, que ainda persiste é também do interesse, como desde os primeiros momentos da história, de “forças” ou instituições, que possuem base fora de nosso próprio pais.

Mas sendo agora bem objetivo, o que posso dizer com conhecimento de causa, já que participei diretamente das investigações dentro do grupo à frente das pesquisas, é que houve sim por parte de pessoas, que ainda hoje permanecem não identificadas (como no caso da tentativa de suborno), um processo de intimidação de vários dos principais investigadores, mediante telefonemas.

Esse processo foi iniciado ou ficou mais objetivo, por coincidência ou não, após a reunião histórica do dia 4 de maio de 1996 na cidade de Varginha. Na oportunidade o Dr. Ubirajara Rodrigues apresentou para mídia presente não só as irmãs Liliane e Valquiria, que junto com a amiga Kátia Xavier haviam tido o avistamento de uma das criaturas no bairro Jardim Andere, às 15:30 do dia 20 de janeiro (1996), como dona Luiza Helena , que devido a gravidade do ocorrido foi escolhida por Rodrigues, por ser a mãe das meninas e ter sofrido diretamente a tentativa de suborno, para fazer a denúncia pública. Mas não foi só isso que aconteceu naquele dia histórico para o caso. Ainda na mesma oportunidade, logo em seguida, Vitório Pacaccini revelou pela primeira vez os nomes de vários militares da Escola de Sargento das Armas, ESA (Exército), com sede na cidade vizinha de Três Corações, envolvidos diretamente com o caso, incluindo aqueles que haviam participado diretamente da retirada de uma das criaturas capturadas (já morta) de um dos hospitais da cidade (Humanitas). Poucos minutos antes da reunião eu havia gravado em vídeo o depoimento prestado por um militar do Exército (ESA) diretamente ligado as operações de transporte das criaturas, ao próprio Pacaccini.

O ufólogo que havia conseguido as duas primeiras testemunhas militares (um bombeiro e o militar da ESA que gravei o depoimento), foi o primeiro a confirmar estar sendo ameaçado. Ele não escondia que andava armado imaginando a possibilidade de ter que lutar por vida.

Em determinado momento, quando esse processo teve início, Rodrigues, Pacaccini, Claudeir Covo e Eu (Marco Petit), havíamos decidido que não tornaríamos essas ameaças públicas. Haviam várias razões e percebemos que o melhor a fazer, mais inteligente, seria ignorar essas tentativas de intimidação, mas Pacaccini (em seu direito é claro) resolveu romper e abrir o jogo sobre o que estava acontecendo. Se de alguma forma aqueles que estavam do outro lado da linha telefone pudessem ter sido identificados, teriam sido devidamente denunciados publicamente.

Mas o que aconteceu em Varginha teve paralelo com outros de nossos amigos e investigadores, também envolvidos de início com o caso, especificamente com as pesquisas que estavam sendo realizadas em Campinas (SP), para onde tínhamos informações, que as criaturas capturadas no Sul de Minas haviam sido levadas, inclusive a que saiu morta do Hospital Humanitas.

Após também o dia 4 de maio (1996) os ufólogos (na época) Oswaldo e Eduardo Mondini, que haviam estado também na reunião histórica em Varginha para revelarem suas descobertas em Campinas, envolvendo áreas da Unicamp, passaram a sofrer o mesmo tipo de intimidação. Os dois irmãos resolveram não só abandonar o Caso Varginha e as pesquisas que vinham realizando de forma séria, como em seguida a própria Ufologia. Algo de muito sério realmente estava acontecendo. Ambos desapareceram repentinamente do cenário da Ufologia Brasileira, só retornando a falar publicamente do caso depois que eu lancei no ano de 2015 meu sétimo livro (Varginha – Toda Verdade Revelada), com o apoio do meu grande amigo, hoje saudoso, o Eterno Editor da Revista UFO, Ademar José Gevaerd. A obra conforme é do conhecimento já de muitos, foi protocolada no Ministério da Defesa por minha decisão e em nome da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), mediante o meu parceiro na presente campanha (Fernando Ramalho), como denúncia contra o acobertamento do caso por parte do Exército.

Lembro ainda hoje, cerca de 27 anos depois, do dia que recebi Eduardo e Oswaldo Mondini, que chegaram a ser conferencistas em um evento que realizei na cidade do Rio de Janeiro no segundo semestre de 1996. Eles não foram ao Rio de Janeiro para falar de Varginha, mas de outro tema antes de abandonarem a pesquisa e a Ufologia. Como sempre fazia com meus conferencistas na época preparei minha câmera de vídeo para gravar o depoimento de ambos sobre suas investigações em Campinas. Para minha surpresa, mesmo para um amigo, no caso eu, eles se negaram a falar qualquer coisa sobre suas investigações.

No passado eu reprovava esse tipo de situação ou “transformação” de conduta, mas hoje vejo essa realidade de outra forma e percebo que nem sempre podemos estar dispostos a “ir até o fim”. No meu caso e de Fernando Ramalho, e certamente de outros ufólogos, esse dia ainda não chegou.

Mais cedo ou mais tarde todos vão perceber o que essas postagens iniciais, pontuais, estão preparando. Como no passado, sejam civis, “correntes religiosas” ou militares, desse país ou não, surpresas podem acontecer. Respeitosamente eu diria ao Exército e a todas as demais forças militares ou não, envolvidas com essa história (respeito a todas dentro de suas devidas funções e finalidades), que não cabe a nenhuma delas dizer aquilo que eu posso, devo falar ou não sobre Varginha. Isso já foi dito a outros ufólogos e testemunhas do caso. Tenho certeza que “muitos” que podem vir a ler essas últimas linhas entenderão perfeitamente sobre o que eu estou falando. O que apresentei aqui foi apenas um extrato de uma história muito mais preocupante ou perturbadora. Coisas “inacreditáveis” aconteceram nesses 27 anos e outras ainda estão para acontecer.

Por Marco Petit

O INQUÉRITO POLICIAL MILITAR E A MÍDIA. (04/05/2023)

Embora tenha mudado ao longo dos anos, especialmente neste último século iniciado nos anos 2.000, a abordagem de qualquer tema alusivo à ufologia nos meios acadêmicos e midiáticos brasileiros foi e continua se dando de forma no mínimo temerária, como se o assunto fosse um tabu e não uma verdade mais que estabelecida. Nessa área, a dúvida a respeito das ocorrências e de suas testemunhas, quando não o negacionismo, é um fato, apesar das evidências trazidas ao público por todo tipo e meio de informação governamental exigir mudança nesses pontos de vista. Foi o que vimos, por exemplo, com a chegada de milhares de documentos contendo relatos e informações ufológicas antes sigilosas, da Força Aérea Brasileira às prateleiras do Arquivo Nacional a partir de 2007, continuando até os dias atuais. Pior ainda se deu com a divulgação inicial da existência e da localização de uma sindicância anexada ao Inquérito Policial Militar sobre o caso dos ETs de Varginha/MG, originário da Escola de Sargento das Armas, Exército Brasileiro (IPM Nº 18-1997 – EsSA).

A existência da sindicância e dos seus objetivos desconexos da realidade, tanto como a do referido IPM, gerados respectivamente em 1996 e 1997, já era conhecida pelos ufólogos envolvidos no estudo da queda de uma nave alienígena e da captura de seus tripulantes em Varginha, no início da história que remonta talvez o caso mais chocante a ufologia brasileira. Assim como igualmente conhecíamos toda a operação para manter não só o caso sob sigilo, como também a investigação da EsSA para descobrir quais militares estariam repassando informações aos ufólogos. Contudo, os conteúdos, depoimentos, termos e conclusões dessa investigação só vieram a público, nos mínimos detalhes, a partir de abril de 2010, após a resposta do Exército ao Requerimento de Informações da Câmara dos Deputados (RIC 4470/2009), de autoria do Deputado Federal Chico Alencar, graças à ação deste articulista da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) junto ao deputado do PSoL/RJ.

O documento, hoje objeto dos olhares atentos dos ufólogos, estava estrategicamente guardado na 4ª Circunscrição Judiciária Militar, em Juiz de Fora/MG, conforme resposta do então General Joaquim Silva e Luna ao RIC 4470/2009. Portanto, longe do Exército, da busca dos interessados e, por conseguinte, igualmente longe dos arquivos secretos gerados naquela organização do Exército, que provavelmente se encontram em Brasília, apesar de ainda não estarem oficialmente declarados. E, segundo informações dos próprios investigadores militares, assim deveria continuar escondido enquanto se pudesse esconder, justamente por conta dos seus objetivos não atingidos e de sua bizarra conclusão.

Mas o IPM não está fora de alcance da Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso a Informação), com a qual se pode, hoje, qualquer cidadão ter acesso ao seu inteiro teor, mantendo-se sob sigilo apenas os dados pessoais dos envolvidos. Dessa forma o IPM foi identificado e encontrado, e a divulgação pública de partes do seu conteúdo e conclusão ficaria a cargo da Revista UFO, parceira da CBU, e da Revista ISTO É, o que fora feito inicialmente num artigo do jornalista Rodrigo Cardoso. Vale destacar que qualquer novidade sobre o “Caso Varginha”, como é conhecido na ufologia, sempre despertará o interesse não só da imprensa especializada, mas de qualquer cidadão ou órgão midiático que conheça a história. Ou seja, quase todos os indivíduos que saibam o que são ou despertam assuntos relativos aos “discos voadores”. Principalmente jornalistas leigos, em busca de uma grande matéria, num veículo de imprensa com grande tiragem impressa nacional ou de websites.

Tido como conteúdo explosivo entre os ufólogos, não pelas suas conclusões, mas pelos meios com os quais os oficiais do Exército chegaram a elas, a interpretação distorcida dos fatos em si, e o que expôs oficialmente o IPM, foram totalmente absorvidas pelo jornalista da revista ISTO É. Infelizmente, sem um mínimo critério investigativo mais aprofundado. Não se sabe se a conduta do jornalista, expressa na matéria “A história oficial do ET de Varginha”, que veio antes da divulgação da Revista UFO, teria sido proposital, fruto de conceitos preestabelecidos a respeito do tema, ou talvez em virtude de determinações das chefias de redação da ISTO É. O que se sabe é que, neste caso específico, esse tipo de jornalismo de massas, ou “mainstream” no jargão dos profissionais da área, não contribui minimamente para resolução do caso, enche de dúvidas a população, denigre o estudo árduo de dezenas de ufólogos e a idoneidade das testemunhas, e mantém o condenável esquema de acobertamento militar sobre os fatos. E, o que é pior, ao tomar conhecimento dos documentos, ouvir e dar vazão à opinião de quem hoje tem uma postura, mas teve outra completamente oposta em depoimento no próprio IPM, como é o caso do advogado Ubirajara Franco Rodrigues, demonstra completo descompromisso com a veracidade das informações.

No momento não entraremos em detalhes a respeito da condução e do resultado da sindicância e do IPM, deixaremos para esmiuçá-los em futuras publicações. Entretanto, vale ressaltar categoricamente que a versão oficial do caso, replicada pelo jornalista Rodrigo Cardoso em ISTO É, destoou completamente do que foi veiculado pela Revista UFO em artigos de vários estudiosos do Caso Varginha e, posteriormente, detalhado na obra “Varginha, Toda a Verdade Revelada”, de autoria do ufólogo Marco Antônio Petit de Castro.

Não obstante, é necessário esclarecer que foi graças ao movimento da Revista UFO, em “UFOs, Liberdade de Informação Já”, hoje numa nova fase implementado pela campanha “Varginha – Chega de Acobertamento”, que o IPM Nº 18-1997 pode ser consultado. Tire suas próprias conclusões acompanhando nossas próximas postagens todas as quintas-feiras, nessa campanha pela verdade sobre o Caso Varginha. Vocês vão ver coisas inacreditáveis…

Por Fernando Aragão Ramalho

EM DEFESA DA VERDADE QUE “TODOS” CONHECEM OU DEVERIAM CONHECER. (27/04/2023)

O Depoimento do Dr. Ubirajara Franco Rodrigues (IPM).

Um dos momentos mais importantes da história do Caso Varginha ocorreu após a deflagração do Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pelo General Sérgio Pedro Coelho Lima, comandante da Escola de Sargento das Armas (ESA), situada no Sul de Minas Gerais, na cidade de Três Corações.

O procedimento investigativo e policial teve início oficialmente para verificar a possível ocorrência de Ilícito Penal no conteúdo da obra “Incidente em Varginha”, de autoria do ufólogo Victório Pacaccini e de Max Portes. O IPM surgiu como consequência de uma série de ações decisivas do grupo principal de investigadores tendo à frente além do próprio advogado do Sul de Minas (Rodrigues), o autor efetivo da obra alvo do procedimento, o ufólogo Victório Pacaccini, que na reunião histórica com a mídia nacional e internacional ocorrida no dia 4 de maio de 1996, havia divulgado publicamente pela primeira vez os nomes de vários militares do Exército envolvidos diretamente com os acontecimentos relacionados a queda de um UFO entre as cidades de Varginha e Três Corações e a captura de parte de sua tripulação, entre outros detalhes da história.

Como já é do conhecimento público ou pelo menos deveria ser daqueles que acompanham o caso, foi Pacaccini que trouxe de forma decisiva para estrutura da história, que começo agora a reconstituir (aspectos cruciais), os primeiros depoimentos militares não só de membros da Escola de Sargento das Armas (Exército), como de outras forças militares envolvidas (Bombeiros e Polícia Militar – MG).

Houve a substituição no comando da ESA do general Sérgio Pedro Coelho Lima (que havia deflagrado o IPM), depois de não conseguir estancar o processo de vazamento de informações mediante membros da mesma força militar, contrários as operações de acobertamento, pelo também general Marco Antonio Tilscher Saraiva. O próprio IPM acabou por priorizar o aspecto da busca da identidade de nossos informantes na área militar, inclusive durante os depoimentos de Ubirajara Rodrigues e Victório Pacaccini, com destaque para esse aspecto ainda, conforme pode ser vislumbrado também nas questões formuladas aos militares que foram ouvidos no procedimento (IPM).

Resolvi iniciar essa série de postagens falando dessa história e dando destaque ao depoimento de Rodrigues prestado no dia 2 de abril (1997), por conta do nome do ufólogo ser usado hoje (diante de sua atual postura frente o caso), como base para questionamentos da própria veracidade ou interpretação ufológica. É de se destacar, que justamente ao prestar seus esclarecimentos diante do Ten. Coronel Lúcio Carlos F. Pereira (encarregado do IPM), Rodrigues foi mais do que firme na defesa e significado especial de toda a história.

Conheço o Dr. Ubirajara Rodrigues desde o ano de 1980 e sei o quanto sua defesa do caso (por convivência pessoal com ele na época), trouxe problemas para ele em diversos aspectos e apesar de hoje estamos afastados, continuo tendo respeito especial por sua dedicação e defesa da história ao longo de vários anos. Poucos fariam o que ele fez.

Sei por inúmeras razões, que aqui não preciso apresentar, que ele teria que ser o mais irresponsável dos ufólogos para em um momento de extrema gravida, como o do seu depoimento no IPM, ter sido tão objetivo e inspirado ao defender o “Incidente em Varginha”, se o caso, depois de mais de um ano de investigações, não tivesse de fato sua realidade evidenciada. Isso não é dito apenas por conta da importância do seu depoimento no IPM (abril 1997), mas mediante gravações realizadas por minha própria pessoa com ele até o ano de 2000. Em seguida um dos parágrafos mais memoráveis de suas declarações frente a autoridade militar, no qual Rodrigues chega a oferecer ajuda ao Exército para investigar o caso.

“Declarou que a postura do grupo de ufólogos do qual faz parte jamais afrontar as Forças Armadas nem mesmo ao Exército ou a Polícia Militar, que são participantes de um evento de significativa importância para a humanidade, em termos de evolução científica e filosófica; acrescentou que acredita que as Forças Armadas devam ter seus motivos extremamente importantes para não admitir oficialmente ocorrências como a citada no documento em tela (livro do Pacaccini); salientou que de sua parte, os ufólogos vêem insistindo no fato de que tais setores tomem uma postura diferente e que admitam estas ocorrências, pela sua importância, contando inclusive com a modesta colaboração científica desses ufólogos; frisou que torce para que o Brasil, principalmente o glorioso Exército Brasileiro, seja o primeiro país do mundo a admitir oficialmente a realidade e a importância desses fenômenos, o que traria enormes benefícios, de várias ordens, para todo o país; esclareceu que no caso da ESA e do Exército Brasileiro virem a admitir a veracidade dos acontecimentos citados na publicação ora em evidência, poderão contar com a total colaboração dos ufólogos brasileiros de linha científica, caso essa colaboração seja bem vinda e necessária”
(Ubirajara Franco Rodrigues).

Tive a oportunidade de conversar com ele (Rodrigues) no mesmo dia em que havia na parte da manhã defendido o caso de uma forma lúcida e responsável, tendo como base seu próprio conhecimento dos fatos. Nunca vou esquecer os momentos vivenciados ao longo de anos de minha presença no Sul de Minas, que hoje são fundamentais para a reconstituição da VERDADE.

Por Marco Petit

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Marco Petit

Ufólogo e escritor autor de 14 livros que abordam diferentes aspectos da Ufologia, incluindo a obra “Varginha – Toda Verdade Revelada”. Petit é Coeditor ainda da revista UFO e membro fundador da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU).

Fernando Aragão Ramalho

Ufólogo, conferencista, autor de inúmeros artigos, principalmente dentro do contexto militar. Foi coordenador da Comissão Brasileira de Ufólogos ao longo dos anos mais importantes da história da CBU, com ações, inclusive, dentro do Congresso Nacional. Como coeditor da Revista UFO assinou inúmeros artigos contra o acobertamento ufológico nas páginas da referida publicação. Hoje Ramalho está de volta tanto a Revista UFO, como a própria CBU e assina com o Ufólogo e Escritor Marco Petit a presente campanha, específica para o Caso Varginha.

Consultoria jurídica: Dr. Flori Tasca (OAB-PR) e Luiz Azenha (OAB-RJ).

Contato: WhatsApp (21) 995841014.

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