Imagem: César Julio Aires

A pesquisa que vamos apresentar se impôs, praticamente, quando fomos informados da existência de eventos ufológicos observados durante toda a década de 70, envolvendo uma pequena população que habitava a Ilha João Donato, situada em um açude natural no município de Palmeirândia, no interior do estado do Maranhão.

Estivemos na ilha em 2016 e 2017. Também em 2017 comuniquei o início dessa pesquisa de campo no XVIII Congresso de Ufologia, em Curitiba.

O amadurecimento do estudo dessa casuística nos leva hoje a publicar seu aprofundamento.

Na década de 70 a ilha João Donato era completamente isolada da terra firme. Não tinha luz, gás, nem água corrente.  As condições de vida de então ainda persistem, com muito poucos avanços, como a luz elétrica, que afugentou os Ufos dali. Hoje a ilha se encontra ligada à terra por dois caminhos aterrados.

Habitavam a ilha umas quinze famílias, num relativo isolamento genético e cultural,

configurando as situações que vamos desenvolver nesse artigo e que interessaram, durante dez anos, uma ou várias inteligências supostamente extraterrestres, presentes no quotidiano das pessoas naquela época, bem mais raros nos dias de hoje.

Os eventos ufológicos que chamaram nossa atenção e ocorreram na ilha consistiram em avistamentos de uma manifestação luminosa

que as testemunhas chamam de “Estrela”, “Aparelho” ou “Tocha”, para descrever o que parece ser sempre o mesmo tipo de engenho com comportamento inteligente: uma estrela, mais estrela do que as outras observadas, e que parece estar permanentemente morando no céu da ilha. É a matriarca da família Abreu que vai nos contar a proximidade da luz sobre ela mesma e seu marido, Silvino:

Iris Abreu (IA): “Vou contar só o que eu sei. … na porta da cozinha tinha um açude com peixes … fui lavar os pratos na beira do açude. Quando cheguei lá, olhei assim, ia passando aquela estrela, e pensei “olha a estrela que o pessoal todo diz”. Estou lá lavando os pratos. Quando terminei de lavar os pratos, que levantei a cabeça, veio uma tocha de fogo em cima de mim, gritei, os que estavam na cozinha gritaram “o que foi, o que foi???” Gente, foi um fogo que vinha pra cima de mim! De certeza foi uma estrela que eu vi!

Felipe Marcel (FM): Como se fosse fogo? Era quente?

IA: Não, que nada! Era uma luz em cima de mim, uma luz grande, tão perto que quase caí. Eu gritei, o pessoal gritou, aí sumiu.

Lallá Barretto (LB): A senhora sentiu alguma coisa no seu corpo com a proximidade dessa luz?

IA: Não, não senti nada no corpo. Quando veio para cima de mim pensei “será que esse bicho vai me comer?”, mas eu olhei aquela luz grande, vindo pra cima de mim, aí eu gritei. Gritei, ela sumiu.

LB: Essa foi a primeira vez que a senhora viu?

IA: Comigo foi só essa vez. Agora, passados uns dias, meu marido tinha um outro tanque na porta da casa. Ele toda noite ia ver os peixes do tanque. Quando ele foi ele viu a estrela, mas ele não acreditava, porque nós dissemos e ele não acreditou em nós. Ele ia de cabeça baixa. Quando ergueu a cabeça vinha aquela tocha de fogo.”

Diferentemente dos frequentes relatos em todo o mundo de luzes que se materializam em naves, na ilha João Donato os tripulantes observados vinham dentro da luz. Rosa Abreu era ainda criança e nunca se esqueceu do que viu há 40 anos:

Rosa Abreu (RA): “A Sara devia ter uns seis a sete anos, a Sonia devia ter uns nove. Na ilha a gente pegava água no poço. Mas a gente lavava a louça na beira do tanque. Geralmente era eu, que era mais velha, e as outras menores, a gente ia lavar a louça. Era a história do Aparelho, que eles estavam tirando sangue, e eu fiquei vigiando para ver se vinha o Aparelho.As meninas estavam lavando louça, e eu olhando. Aí quando eu vi, de longe vinha uma luz. A luz era tipo uma bola. Dentro dessa bola, foi a primeira vez na minha vida que vi um anão. Lá no meu interior não existia anão: era um senhor branco, careca, desse tamaninho assim. Tinha outro, sei que eram dois, mas o que me lembro mesmo era desse baixinho, dentro dessa bola de fogo. Só que não esquentava. Ficou numa altura perto. Dentro dessa bola de fogo tinha dois anãozinhos. Foi também a primeira vez que vi uma escada de alumínio, porque no interior só tinha escada de pau. O anãozinho estava tirando uma escada de dentro para descer. Aí comecei a gritar: o Aparelho, crianças, o Aparelho! E papai tinha o hábito: a gente acabava de jantar, o café já estava pronto ali, ele ficava conversando. Lá tinha um girau. A Sonia era maior, mais velha, mas a Sara caiu, e eu comecei a gritar “olha o Aparelho!”Eu acredito, eu penso, né?, que ele ia levar a gente.”

Rosa fez o seguinte desenho da visão que teve aos dez anos de idade:

Muito se discute em Ufologia a influência da imaginação das testemunhas nos relatos, aspecto do funcionamento psíquico humano que levaria até mesmo a invalidar qualquer relato de testemunha. Temos outra posição com relação a isso. Partimos do fato clinicamente comprovado de que a testemunha de um fato aterrador tende a guardar memórias detalhadas e nítidas da situação traumática, no mais das vezes para o resto da vida. É o que comprovam também os grandes relatos da casuística ufológica, como Travis Walton, para citar apenas um, que nunca variou seu relato, assim como as pessoas que testemunharam sua abdução.

Perguntamos a Leonel Abreu sobre a memória da testemunha de uma manifestação ufológica:

LB: Quando o Felipe perguntou se você poderia ter alguma falha de memória, você disse com muita firmeza que não. Por que você acha que isso ficou tão marcado na sua mente?

Leonel Abreu (LA): Porque vivi aquilo desde os sete anos, desde criança. Lá na ilha a gente trabalhava desde criança, aos cinco anos já começava a trabalhar na roça.

LB: Você acha então que era uma coisa bastante impressionante para ficar gravada na sua memória?

LA: Era e é.

A presença da “Estrela”, “Tocha”, ou “Aparelho” foi permanente durante dez anos, como nos conta o Leonel Abreu:

LB: Isso aconteceu durante muito tempo, durante toda a sua infância? Quanto tempo?

LA: Foi de 1974, de 70 até 80.

LB: Tudo isso??? Quase dez anos???

LA: Foi. Tudo isso. Quase dez anos.

FM: Era todo dia, uma vez por ano?

LA: Não era todo dia, porque a gente não saía todo dia. Mas era sempre, o tempo todo.”

As testemunhas têm a convicção de que o comportamento das luzes é inteligente, que estão observando e estudando a população da ilha, e que são de origem extraterrestre e estranha ao nosso mundo. Sendo objeto de estudo de uma inteligência extraterrestre, a Antropologia pode ser convocada para entendermos melhor que aspectos do humano estariam estudando durante mais ou menos dez anos.

O relativo isolamento genético que identificamos na ilha era uma consequência do isolamento geográfico e das contingências de vida da família Abreu, mais diretamente visada pelas manifestações ufológicas.

A ilha ficou conhecida pelo nome de seu comprador, João Donato Araújo, que ali se instalou por volta de 1880, onde teve filhos. A família não tem informações sobre o numero de filhos de João Donato, acreditando que provavelmente se dispersaram, posto que não guarda a memória desses parentes.

Nossa história começa com um dos filhos de João Donato, Mariano Bruno Araújo que, ao constituir família, mudou-se da ilha para o lugar chamado Rumo, onde teve cinco filhos. No final da vida de seu pai, ou após a morte deste, tornou-se posseiro da ilha, onde voltou a se instalar com seus cinco filhos: Silvino, Estrina, Assunção, Martinho, e um outro filho do qual a família também não guardou a memória. Pensam que talvez tenha morrido ainda pequeno.

Mariano concedeu a posse de terras a algumas pessoas que não tinham nenhum grau de parentesco com ele. Essas pessoas acabaram se misturando por aliança com sua família, o que faz com que toda a população da ilha tenha algum grau de parentesco entre si, sendo “todos primos”, no dizer de Sara Abreu, historiadora da família. Podemos então considerar que a população da ilha pode ter sido observada como um microcosmo genético, relativamente preservado.

Mas é a família que seu filho Silvino Sodré Araújo formou com Dona Iris Abreu que vai nos interessar mais, por envolver um grande numero de testemunhos de uma mesma família, e ser talvez a família mais visada pelos objetos que aterrorizavam a ilha, como veremos mais adiante.

As características especiais das relações familiares e a predominância do tipo sanguíneo O+ na família, levam a pensar que alguma coisa do comportamento humano, relacionado com o tipo sanguíneo, foi objeto do interesse continuado de uma inteligência supostamente extraterrestre.

A Ilha de João Donato e a Antropologia

As múltiplas e variadas manifestações do fenômeno Ufo impõem ao conhecimento humano um objeto a ser conhecido que não pode ser assimilado pela nossa racionalidade científica, por ser rebelde aos protocolos da ciência: não temos a prerrogativa nem de provocar o objeto, ou seja, provocar um evento ufológico para estudá-lo, nem de repeti-lo em laboratório. Essas características gerais do objeto ufológico obrigam diferentes e amplas abordagens, que vão desde a física, passando por todas as ciências, até a espiritualidade!

A pesquisa ufológica que procura a racionalidade científica precisa utilizar os métodos e conceitos das ciências já constituídas para elaborar conhecimento sobre um objeto que insiste em se apresentar como totalmente atípico.

Nossa formação e referência científica para a abordagem do fenômeno Ufo é a Antropologia que, a exemplo das outras Ciências Humanas, participa da mesma dificuldade científica: os fenômenos e manifestações do objeto humano e social não podem ser provocados nem repetidos em laboratório, seus protocolos têm, portanto grande afinidade com o objeto ufológico.

As testemunhas da Ilha João Donato têm a convicção de que estavam sendo observadas pela “Estrela” ou “Aparelho”. Tendo em vista que toda a região foi palco de algumas manifestações violentas do fenômeno ufológico na mesma época, todos ouviam dizer que o “Aparelho” queria chupar o sangue das pessoas, a exemplo de Colares, no vizinho estado do Pará. Só que tem que o contato ali foi muito mais continuado, durou toda a década de 70, e não se tem notícia de que alguém na ilha tenha sido atacado pelos objetos luminosos que frequentavam quotidianamente o local.

A interpretação das testemunhas, de que estavam sendo observadas, tem para nós o valor de uma hipótese a ser aprofundada a partir da razão científica própria à Antropologia. Alguns conceitos e métodos da Antropologia serão colocados em perspectiva com as informações que recolhemos sobre os acontecimentos na ilha de João Donato, no intuito de continuar elaborando o conhecimento ufológico.

A primeira coisa que salta aos olhos, e de maneira surpreendente, é que a família de Silvino vivenciava o mito freudiano de Totem e Tabu, que é o fundamento teórico da Antropologia de Freud.

O que seria a antropologia de Freud?

Como sabemos, Freud foi o descobridor do inconsciente, uma outra dimensão humana que convive e interfere nos nossos atos e pensamentos conscientes de todos os dias. Com essa descoberta o homem perde mais uma vez sua posição privilegiada de criatura.

A primeira vez foi com Copérnico, quando de centro do universo a Terra se tornou mais um corpo celeste a girar em torno do sol.

Com a descoberta de Freud, o homem foi mais uma vez destituído de sua posição de controle, já que suas ações conscientes ficaram sob suspeita, afetadas por motivações desconhecidas por serem inconscientes, e sobre as quais não tem o menor controle. Foi a emergência de um novo conhecimento sobre o homem, que necessitava a elaboração de uma nova Antropologia.

Um novo paradigma emergiu com essa nova Antropologia: o homem deixou de ser todo consciente e senhor de todas as suas ações, para se tornar um ser de duas dimensões psíquicas, a consciente e a inconsciente.

Um dos grandes enigmas da Antropologia é o de saber como e quando o homem deixou de ser um animal para ser humano. Investigar isso equivale a saber quando e como se formou a sua dupla natureza psíquica, objeto da nova Antropologia.

A Antropologia entende hoje que o humano existe a partir do momento em que o homem passa a produzir cultura, se diferenciando assim dos animais: produzindo a linguagem, dominando o meio ambiente em proveito próprio, produzindo armas, objetos e instituições sociais.

Estudando as religiões e os hábitos e costumes mais antigos da humanidade,

Freud percebeu a importância das refeições em comum e o caráter de sacrifício ritual que esses eventos tomaram em todas as culturas antigas.

Na impossibilidade de reconstituir muito remotamente a história da humanidade

até o momento em que o homem deixou de ser animal para se tornar humano, Freud se viu na obrigação, para elaborar sua nova Antropologia, de compor uma história, um mito, combinando o conhecimento antropológico disponível na sua época com os relatos de seus pacientes sobre sua vida psíquica.

A história resultou no seguinte mito, chamado de Totem e Tabu:

Os pré-humanos viveriam, a exemplo dos grandes símios, em hordas de uma ou duas dezenas de indivíduos. Essa horda seria dominada por um chefe todo poderoso, com poder de vida e de morte sobre todos os indivíduos de seu grupo, e seria o único macho a ter o gozo de todas as mulheres. Os filhos machos, ao chegar à adolescência eram alijados da horda, vivendo promiscuamente entre si. Até que um dia, os filhos se uniram e assassinaram o pai. Esse ato primordial teve como consequência a culpa insuportável e a necessidade das primeiras regras sociais, para que um dos filhos não assumisse o lugar do pai da horda, recomeçando o ciclo animal. A culpa trouxe também para os filhos uma espécie de nostalgia, que estaria na origem dos banquetes de sacrifício observados na maioria das culturas antigas. Os filhos teriam consumido o pai da horda em um banquete, na tentativa desesperada de se apropriarem seus atributos, e passou a ser divinizado, dando lugar à ideia de Deus. Encontramos na maioria das culturas antigas o banquete ritual que comemora esse tempo mítico.

Nessa situação psíquica, as primeiras regras sociais tiveram que ser criadas para regular a relação dos filhos liberados do jugo do pai da horda. Era absolutamente necessário que nenhum deles cedesse à tentação de sobrepujar os outros, assumindo a dominação do grupo. A primeira regra que regeu as sociedades humanas foi religiosa, já que o pai foi divinizado pela culpa dos filhos, e assim colocado como garantia das regras sociais necessárias.

ETs, leitores de Freud?

Voltando à ilha de João Donato, qual não foi nossa surpresa ao encontrarmos lá uma reedição do pai da horda freudiana na pessoa de Silvino Sodré Araújo.

Logo nos chamou a atenção, enquanto antropóloga, a situação particular da família de Silvino Sodré Araújo e de sua mulher, Dona Iris Abreu.

Com certo humor, pensamos que a inteligência atuando na ilha deveria ter lido Freud para planificar seus estudos sobre a raça humana. Veremos que essa ideia, por engraçada que seja, esclarece a situação particular dessa família em interação com o fenômeno Ufo. A inteligência que atuava na ilha, que supomos extraterrestre, teria lido Freud para observar o comportamento social e genético daquela população humana?

Silvino Sodré Araújo foi um homem de personalidade fortíssima e extremamente paradoxal. Ao mesmo tempo em que tinha grande influência positiva na vida das pessoas que viviam ao seu redor, foi um tirano perverso e violento com sua própria família. Efetivamente, os vizinhos e parentes da ilha guardam dele a memória de um homem solidário e generoso, tendo sido para algumas testemunhas o único a estender a mão em momentos de extrema dificuldade.

Não vamos entrar nos detalhes do poder absoluto e dos maus tratos físicos e psicológicos que infringia diariamente a todos os membros de sua família. Basta dizermos aqui que Silvino tinha autoridade absoluta sobre todos, impondo a seus familiares uma disciplina com requintes de perversidade e crueldade, comportamento raramente encontrado na literatura psiquiátrica.

Silvino foi também um grande procriador. Comerciante ambulante deixou filhos pelo Maranhão a fora, nas longas ausências exigidas pelo seu trabalho.

Contam que Silvino emprenhava mulheres até em cima da cela de um cavalo, o que o torna um respeitável pai da horda freudiana!

Essa presença evidente de um pai da horda freudiana nos leva a investigar mais de perto a família que Silvino formou com Dona Iris Abreu, bem como outros aspectos de interesse antropológico, que foram se revelando ao longo dos depoimentos que colhemos, e que, segundo nossa hipótese, foi o interesse maior da inteligência atuante na ilha.

A situação familiar de Silvino Sodré Araújo:

Silvino teve numerosa descendência: 15 filhos de Dona Iris viviam na ilha.

Além disso, criava todos os filhos que sabia serem seus com diferentes mulheres pelo Maranhão.

Trazia para Dona Iris criar seus filhos conhecidos.

Assim, moravam na ilha na década de 70 uns 25 filhos de Silvino.

A “Estrela”, “Aparelho” ou “Tocha”, parecia monitorar as idas e vindas de Silvino nas suas atividades comerciais. Seus filhos contam que ficava parada sobre a casa quando Silvino estava para chegar. Embora não se tenha notícia de nenhum ataque do “Aparelho” na ilha, até porque, no dizer de Dona Isaltina, não conseguiu pegar ninguém!, sua aproximação causava terror. A “Tocha” esteve em cima de Dona Iris e de Silvino, em ocasiões diferentes, assim como de três filhas ainda crianças do casal, com aparição de seres, sugerindo abduções que foram apagadas de suas memórias.

Na geração seguinte, o primo de Rosa, Domingos Balbino Sodré, teve um avistamento igualmente impactante do “aparelho”, com os dois anõezinhos e suas escadinhas de alumínio. Ambos eram pré-adolescentes, com mais ou menos dez anos de idade, nos respectivos avistamentos, que ocorreram com vinte anos de intervalo entre um e outro episódio. Domingos e seu irmão são casados com duas irmãs, que tiveram, tão recentemente quanto em 2016, avistamentos impactantes na ilha.

Os laços genéticos entre a maioria da população da ilha, que na época dos eventos constava da família de Silvino e de mais umas quinze famílias que foram se tornando parentes, nos permitem definir a ilha João Donato como um microcosmo suficientemente isolado, na década de 70, para preservar certo número de relações genéticas e sociais, bem prático para observação e estudo.

O comportamento intrafamiliar sugere a observação de relações que foram inferidas por Freud para explicar o mecanismo psíquico de passagem da natureza para a cultura. Parece lógico e inteligente estudar esse aspecto fundamental da natureza humana.

O padrão de tipo sanguíneo e RH da família Abreu, O+ para a grande maioria da família, é o mesmo que foi revelado como denominador comum entre as testemunhas de visitas de dormitório pela pesquisa de Liliana e Eduardo Grosso em Buenos Aires, apresentada no Ufoz de 2012. Nessa interessante pesquisa há indicações do interesse pelo ADN mitocondrial, ou seja, a transmissão de características genéticas através da mãe.

O comportamento intrafamiliar foi inteiramente dominado pelo poder absoluto que Silvino impunha a todos, exercido sobre sua mulher, com maus tratos físicos e psicológicos, e o poder absoluto também sobre todos os seus filhos, com o mesmo requinte de maus tratos físicos e psicológicos dispensados à sua mulher. Se admitirmos a hipótese de que uma inteligência estava estudando o comportamento social em relação com a genética dos habitantes da ilha João Donato, podemos pensar que as luzes talvez acirrassem sua perversidade natural, tornando-a insuportável para sua família.

Outras coisas misteriosas e desconhecidas aconteciam na ilha, sugerindo que a inteligência em atuação observava o contexto mais amplo da vida humana. Um dos comportamentos da luz era investir contra pessoas que estivessem circulando à noite: faixos, lamparinas, cigarros, todo lume aceso à noite assinalava a presença humana, obrigada a se refugiar em casa. Esse comportamento levou à convicção das testemunhas de que qualquer fogo atraía a tocha e de que eram obrigados a voltar para se abrigar em casa. O medo acabou determinando que ninguém mais saísse quando caía a noite, modificando os costumes locais, como conta Dona Isaltina Mendes, a Dona Zeca:

Isaltina Mendes (IM) : Olha, esse aparelho, é uma longa história. Nesse tempo, ninguém aqui na Ilha tinha energia, todo mundo andava com lamparina. Quando esse aparelho olhava essa lamparina, o fogo que a gente fazia, ele vinha baixando para tirar o sangue do ser humano que estava olhando o aparelho. Era faixo, era tudo o que a gente botava na rua, porque não tinha energia, era faixo. Quando ele olhava aquela claridade de fogo, vinha quase que baixando, e a pessoa saia da rua por causa dele.

Um dia teve uma reza na casa de Caitina (?) A minha mãe foi. Era esse caminho do mato e nós fomos com umas lamparinas. Nem tinha lanterna, eram lamparinas, e ele andava por cima porque não podia olhar fogo.

Lallá Barretto: O aparelho não podia olhar fogo?

IM: Não ele baixava para querer matar a pessoa e beber o sangue, é isso que ele andava para fazer.

LB: Aqui ele chegou a fazer isso?

IM: Não, porque nunca achou de agarrar uma pessoa.

A inteligência atuando ali não estava para atacar ninguém. Deixou bem claro que não queria era ninguém circulando à noite na ilha. Haveria também alguma coisa inflamável que tornava a presença de fogo indesejável? A primeira ideia é de que faziam experimentos científicos estudando a natureza da ilha, ou até mesmo a aclimatação dos anõezinhos no nosso ambiente, não querendo qualquer interferência humana. Algumas testemunhas referem avistar à noite clareiras de luz ao longe, no meio do mato.

Tudo indica que ainda estão presentes no meio do mato, de maneira estranha e visível. Sara Abreu e Joãzinho relataram a presença recente do exemplar de uma palmeira, de uma espécie corriqueira do ecossistema da ilha, que apresentou um comportamento atípico durante mais ou menos um ano, obrigando também, pela sua estranheza, a uma mudança de comportamento da população: as pessoas deixaram de passar pelo local, como a Sara nos conta:

Sara Abreu: “Era uma palmeira pequena. Qual é o espanto, qual a diferença dentre tantas palmeiras? Por que essa fazia tanta diferença? Vou mostrar pra vocês um caminho onde passam as pessoas. De tanto as pessoas passarem em cima, fica marcado, não tem como nascer nenhuma planta, porque você pisa muito e então mata qualquer ser ou plantazinha. Mas essa palmeira ela não morreu! Ela nasceu ali no meio do caminho, e ela não parava! Ela tinha um sacudido, um balanço diferente. Não era do vento balançar. Que estivesse ventando ou que não estivesse ventando, ela tinha esse movimento, e desse jeito, e muito, muito, muito, muito rápido. Ela sacudia demais, demais, demais.”

Lallá Barretto: Ela sacudia sempre?

SA: Todo tempo ela sacudia sem parar. Eu moro em São Luís, nasci aqui, mas moro em São Luís já há muito tempo. Essa palmeira demorou mais ou menos um ano. Já estava num tamanhozinho assim da última vez que eu vi. Mais ou menos um tamanho desse. Um dos meus filhos com o meu sobrinho, o Anderson e o Pablo, viemos olhar essa palmeira. Como ela não parava, Pablo tentou segurar ela pra ver o que acontecia. Se segurasse, talvez ela parasse. Os meninos ficaram com medo, “não pega, não pega, não está mexendo com a gente”, mas ele pegou na palmeira. Ele segurou a folha um pouquinho. Quando ele parou, do mesmo jeito continuou sacudindo, sacudindo neste sentido. Não era um sacudido pra lá e pra cá como uma folha normal. Ela sacudia muito, muito rápido.

LB: Era uma coisa ritmada.

SA: Fazia um barulho, Lallá!! Zip, zip, zip, zip, zip. O menino pegou e segurou e quando soltou o bichinho começou de novo, o tempo todo.

LB: E depois ela sumiu?

SA: Depois ela sumiu do local.

Dentro do contexto da vida humana na ilha, temos ainda que relevar as condições materiais de vida na Ilha João Donato, que eram e ainda hoje são bastante precárias. Se a energia elétrica veio afugentar os Ufos e a água encanada tornar o quotidiano mais fácil, ainda hoje a alimentação básica se resume à pesca do peixe chamado “Jabiraca” durante o verão, quando fica muito abundante no açude. O peixe é colocado para secar ao sol e estocado para garantir a alimentação durante o inverno. Esse peixe seco é ainda frito no carvão de babaçu na hora de ser consumido. O carvão continua a ser obtido de maneira manual e caseira a partir do babaçu.

Come-se esse peixe acompanhado de uma papa de farinha d’água, chamada tiquara, e reforçada pelo consumo de banana. 

O azeite de babaçu é de fabricação caseira, numa trabalheira danada que nos foi explicada por Dona Cotinha.

Os costumes religiosos da população também parecem ter interessado os supostos extraterrestres, já que a luz aparecia quando tinha ajuntamento de gente para orar, a população sendo Evangélica.

Outros costumes sociais foram objeto de aproximação da luz, como “fazer sentinela”, isto é, a vizinhança se reunir na casa de alguém que estivesse doente ou à beira da morte. Tudo indica que a inteligência responsável pelos eventos ufológicos estava interessada em observar os aspectos mais elementares da Cultura humana na ilha, associados aos aspectos comportamentais e genéticos da família de Silvino Sodré Araújo. Relíquia do patriarcado brasileiro, a família capturou nas redes de casamento as outras famílias que se instalaram ali, sendo “todos primos”, no dizer de Sara Abreu, historiadora da família. Um microcosmo genético relativamente bem preservado pelo isolamento da ilha. Haveria um comportamento social decorrente do tipo sanguíneo, ou do ADN mitocondrial?

Provável estudo da estrutura imaginária humana: a situação particular da relação entre folclore e visagem na ilha

Freud dizia que o folclore é o inconsciente dos povos, que as manifestações folclóricas trazem toda a vivência inconsciente humana. O folclore é uma via de acesso ao inconsciente e por isso um estudo dos mais importantes para o conhecimento da humanidade.

O grande ufólogo mineiro, Antônio Faleiro, foi o primeiro a desvendar a realidade ufológica travestida na manifestação de figuras do folclore brasileiro. Digamos que foi uma espécie de desacobertamento, de reconhecimento de que formações mentais se sobrepuseram a uma realidade ufológica que não podia ser nem assimilada pelas populações rurais, pela sua estranheza tecnológica, nem muito menos reveladas como objetos extraterrestres atuando em nosso mundo. As figuras folclóricas seriam uma espécie de filtro, de defesa mental contra o radicalmente diferente.

A população da ilha faz uma diferença bem marcada entre o que é visagem e o que é evento ufológico. A visagem é ligada à vidência do mundo dos espíritos, e o evento ufológico é considerado como realidade, algo que acontece efetivamente.

Recolhemos na Ilha João Donato três figuras folclóricas, entre visagem e realidade ufológica:

– a Curacanga pertence ao folclore da baixada maranhense, e está presente no Brasil inteiro como figura ligada ao folclore de sondas ufológicas, a chamada Mãe do Ouro em outras regiões.

– a Cabra Rouca é descrita como visagem na ilha João Donato. Seria uma fantasmagórica cabra preta que emite um som rouco e aterrador, causando pânico. Sua estranheza deixa supor às testemunhas que se trate de alguma outra coisa camuflada. Como não encontramos essa figura no folclore maranhense, emitimos a hipótese de que justamente a leitura folclórica de um evento ufológico estava em elaboração na ilha. Nossa pesquisa nos levou ao conto popular “A cabra e os sete cabritinhos” que faz parte da cultura oral portuguesa e foi certamente difundida no Norte do Brasil. A cabra tinha sete cabritinhos, e ao sair para trabalhar colocou seus filhotes em guarda quanto à maneira ardilosa como o lobo tentaria comê-los. Com efeito, o lobo para não se fazer reconhecer se apresenta com uma voz rouca. Podemos ver que a voz é usada para enganar. A Cabra Rouca tem um grito rouco que não pertence às cabras, sendo um ser ambíguo, talvez algum engenho extraterrestre que circulava na ilha apavorando seus habitantes para não ser surpreendido.

– o Curupira é a terceira figura folclórica. Ele é um ser pequeno, com os pés para trás. Ele guarda o mato, fazendo com que as pessoas mal intencionadas com a natureza percam o rumo, fiquem confusas no meio do mato, ou percam a consciência durante algum tempo, caindo algumas horas num negro sono profundo. Pensamos que o Curupira talvez seja a consequência de algum tipo de contato que fica totalmente fora da consciência.

Do ponto de vista antropológico, a modalidade de contato mais importante que ocorreu na ilha foi o estabelecimento de um ponto zero da comunicação, o estabelecimento de uma convenção significativa que torna possível a emergência da linguagem, como uma das consequências da passagem na natureza para a cultura. A linguagem humana surge quando um acordo inconsciente se faz entre os homens. Por exemplo, em nossa língua estamos todos de acordo que a emissão de um pensamento em uma frase tem que seguir a lei sujeito + verbo + predicado. Para nos entendermos, temos que seguir essa regra, que é transmitida de maneira inconsciente, quando aprendemos a falar. É o pacto simbólico da Antropologia.

A “Estrela”, “Tocha”, ou “Aparelho” estabeleceu um acordo tácito, um pacto simbólico com as testemunhas, o que vem confortar a hipótese que dá título a este artigo, o interesse principalmente de antropologia cultural combinado com o interesse genético. Leonel Abreu conta pra gente:

Leonel Abreu: “Tudo começou a partir de 1970, 74, por aí assim. A gente morava na Ilha João Donato, que fica entre os dois municípios, de São Bento e Palmeirândia. Lá não tinha interferência de luz, de barulho nenhum. Era uma ilha, um campo deserto. Sempre apareciam umas luzes, como se fosse uma estrela. A gente chamava de “Aparelho”. Se a gente dissesse “lá vai o Aparelho”, ele sumia. E se não falasse, ele baixava, aquela luz. Isso apareceu várias vezes, para muitas pessoas, todo mundo via. A gente trabalhava sempre de dois, à noite, fazendo um trabalho qualquer, porque a gente tinha medo.”

Houve então o estabelecimento de um ponto zero da linguagem, um primeiro pacto significativo, e não parece ter havido casos em que esse pacto não tenha sido observado.

Esse mesmo pacto simbólico foi também estabelecido na região de Colares no Pará e serviu para que as populações visadas elaborassem estratégias de convivência com as luzes. Chega a ser até espantoso um grau tão elementar de comunicação para civilizações que supomos muito mais avançadas do que nós, que deveriam dominar totalmente essas questões. Mas talvez não dominem e estejam aqui justamente para aprender como funciona a linguagem humana. Mas, justamente, esse incomensurável avanço tecnológico pode significar uma incomunicabilidade entre culturas, que vai necessitar o desenvolvimento de uma linguagem própria.

Os eventos continuam, mas operando diferente.

Desde que a energia elétrica chegou à ilha, e que os aterros ligaram a ilha a terra, os eventos ufológicos passaram a ficar mais distantes, sendo vistos no céu, mas não investindo mais as pessoas.

Lallá Barretto: E hoje em dia?

Isaltina Mendes Sodré: Hoje em dia passa um aparelhinho, mas não desce mais. Não é mais aquelas tochas grandes que a gente via passar.

LB: Que cor que era?

IMS: Fogo, vermelho! Quase como um farol de carro, quando ele olhava fogo.

Porém, com o intervalo de vinte anos, Domingos Balbino Abreu teve o mesmo avistamento e contato próximo com os mesmos seres que sua prima, Rosa Abreu.

Domingos Balbino Sodré: É assim: há muito tempo, a gente botava a malhadeira, de noite, no campo, pegava a canoa e embarcava. A gente foi, eu e mais dois amigos meus. As nove para dez horas da noite, nesse campo da gente mesmo aqui, não estava muito escuro, a Lua estava alumiando. Aí a gente viu aquela tocha baixando para dentro da canoa onde a gente estava. Como a gente viu que aquela tocha ia baixar mesmo dentro da canoa, que era pequena, nos jogamos dentro d’água. Ficamos assim, não muito longe, meio mergulhados, só com a cabeça de fora, cobrindo a cabeça com o mato para poder ver o que tinha dentro daquela tocha, que era um aparelho E a gente viu. Desceram duas pessoas, só que não era gente grande, eram uns anãozinhos, umas pessoas pequenininhas, agora, todos equipados, como aquelas pessoas que vão para o espaço, com aquela roupa, assim é que era. Era gente pequena.

Eles saíram de dentro do aparelho, ficaram pesquisando dentro da canoa, como não encontraram ninguém, no prazo de uns dez minutos, tornaram a entrar e a subir. Era uma tocha grande, assim como uma bola. Nessa mesma hora nós fomos chamar os companheiros. Todo mundo com medo! Pegamos a canoinha com a malhadeira e fomos embora.

Domingos e seu irmão Hélio são casados com duas irmãs. Esses dois casais são de uma geração recente, estão na faixa dos trinta anos. Domingos teve a experiência ufológica acima. As duas irmãs tiveram também contato com a tocha há cinco anos e tão recentemente quanto em janeiro de 2016. Esses fatos indicam que as combinações genéticas da ilha João Donato continuam sendo observadas.

Considerações sobre uma pesquisa em andamento

A presença de uma situação psicológica que fundamenta a passagem do estado de natureza para o estado de cultura na Antropologia freudiana, com uma reedição do pai da horda gerando uma situação familiar dentro dos moldes patriarcais do interior do Brasil, muito atípica, porém, pela perversidade e violência a que estava submetida a família Abreu, parece ter sido um dos interesses principais da inteligência atuando no local.

Tudo indica que a Ilha João Donato foi um laboratório de estudo antropológico para uma ou mais inteligências, que supomos extraterrestre. Que essa Inteligência planificou suas atividades na ilha levando em conta o entendimento humano sobre si mesmo. Que o “Aparelho” tinha mais função de observador do que de coletor de material biológico humano. Embora as testemunhas digam que o objetivo do “Aparelho” era tirar sangue, nunca, durante dez anos, ninguém foi atingido, deixando marcas e sequelas como em Colares. Esse aspecto é interessante, já que as testemunhas de manifestações ufológicas são consideradas sujeitas à imaginação. Todo o Maranhão estava infestado de “Aparelhos” na década de 70. O próprio Silvino chegava sempre contando histórias impressionantes de pessoas atingidas por objetos tecnológicos. As testemunhas da ilha tinham muita matéria para inventar ataques, mas isso não aconteceu. Relatam exatamente a experiência particular vivida na ilha João Donato.

O estabelecimento de uma convenção significativa, de um ponto zero do pacto simbólico, indica o reconhecimento da linguagem como fator que nos faz humanos, diferentes dos outros animais.

 A população da ilha era observada pela “Estrela”, “Aparelho” ou “Tocha”. Sua proximidade sobre as testemunhas sugere que possam ter sido abduzidas. Não recolhemos, porém nenhum relato que conte uma abdução.

As testemunhas atestam ter vivido numa dupla realidade: a sua própria de ser humano, e o contato quotidiano com realidades radicalmente diferentes e incompreensíveis, com a incursão de objetos tecnológicos e modificação dos hábitos e costumes da ilha. As manifestações ufológicas marcaram para sempre a memória coletiva, a vida pessoal das testemunhas, sendo a família Abreu a rede social e genética mais significativa e provavelmente a mais atingida pelas consequências do fenômeno Ufo de tal amplitude.

Depois de conversarmos com muita gente, tivemos a medida dessa dupla realidade noturna, dessa convivência com o sobrenatural desconhecido.

Notamos nas testemunhas algo como uma fratura nervosa que permanece viva nos relatos, mesmo passados quarenta anos dos fatos narrados.

Os maus tratos e sevícias que Silvino Sodré Araújo impunha à sua família colocam muitas questões pelo requinte e permanência da violência. Não seria demais supor que Silvino pudesse ter tido sua vida psíquica afetada pelo interesse que o “Aparelho” demonstrava pela sua pessoa e que seu comportamento possa ter sido acirrado para fins de observação da antropologia familiar.

Fica claro também o interesse da “Tocha” pela natureza da ilha e que desenvolveu atividades noturnas que não admitiam testemunhas. A horrível Cabra Rouca se encarregava de afugentar os humanos que transitavam na ilha. Algum instrumento de medição camuflado de palmeira ainda obrigou os habitantes a mudarem de caminho por volta de 2015, demonstrando que a inteligência continua lá, mas que o mais importante do trabalho foi feito até a chegada da luz elétrica no início dos anos 80.

É interessante notar que a Ilha João Donato e toda a região de Colares têm dois padrões comuns que compartilham com os outros estados do Norte:

– coincidência de tempo, década de 70 para a ilha João Donato, 1977/78 para os eventos registrados pelo governo brasileiro em Colares e sua região;

– coincidência geográfica, dois Estados vizinhos no Norte do Brasil, dentro de um contexto de manifestações que abrangeram todos os outros estados, tendo como pontos altos de atividades ufológicas permanentes o caso Barroso, no Ceará em 1976, o caso da ilha do Caranguejo, no próprio Maranhão, em abril de 1977. A “Estrela”, “Tocha” ou “Aparelho” era o único tipo de objeto que aparecia e aparece ainda hoje na Ilha, ao contrário de Colares, onde foram contabilizados nove tipos de objetos engajados em experiências diversas e diretas no corpo das testemunhas. Parecem abordagens complementares de estudo da humanidade e do nosso planeta.

A casuística já levantada evidencia um projeto amplo de uma inteligência desconhecida, com diferentes abordagens, desde a extração de material biológico, que caracterizou o contato em Colares e sua região, passando pela observação sócio genética na ilha João Donato, até uma variada casuística que quando explorada deverá revelar outros aspectos de um amplo projeto supostamente extraterrestre, onde todo o Norte do Brasil foi considerado representativo dos humanos e do planeta Terra.

Enquanto deambulávamos pela ilha íamos nos perguntando o que é que estávamos fazendo no meio do interior do Maranhão, movidas por essa vontade de saber dos apaixonados por Ufologia, mas sem nunca sequer ter visto nada no céu. E se nada disso for verdade? Voltamos para casa já ao cair da noite. Daqui a pouco o cinegrafista, César Aires, começa a gritar nos chamando com urgência. Chegando ao jardim, ele nos mostrou a Estrela! Disse que olhava para ela quando a viu crescer na sua direção. Quando nos chamou, assinalando sua presença, retraiu-se esperando que todos da casa respondessem ao chamado do nosso cinegrafista. Observamos então a pequena estrela, mais estrela do que as outras, que passou a se movimentar de maneira errática, até se apagar como uma lâmpada, como para dizer que sim, que existem sim.

Agradecimentos: Iris Abreu e seus maravilhosos filhos, netos, bisnetos, toda a família Abreu.

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  • Podcast – Canal: Vamos Falar Sobre Ufologia.