*Imagem: Oscar Pereira da Silva, A descoberta do Brasil, Museu do Ipiranga.

“Revista Cosmovni n° 6 : Quem são os humanos extraterrestres que nos contatam? Só podemos saber se eles nos disserem! Com que método podemos saber deles, sem cairmos na pura ficção? Esse é o assunto do nosso artigo. Acesso gratuito e direto para altas conversas ufológicas!” Lallá Barretto.

A Antropologia e a descoberta dos terráqueos desconhecidos:

A Antropologia, a ciência social que estuda o homem, começa a se tornar um conhecimento necessário a partir da revelação da existência de outros humanos, diferentes e desconhecidos, habitantes das novas terras descobertas com a expansão marítima no século 16. Viajantes foram a essas terras longínquas para estudar e documentar sua natureza, nos deixando preciosa documentação. Esses estudiosos eram ao mesmo tempo filósofos e cientistas e imprimiram às suas observações uma consideração filosófica do homem, enquanto aplicavam ao seu conhecimento as leis das ciências naturais. As bases filosóficas da Antropologia se elaboram no final do século 18, com duas grandes reflexões: o Ensaio sobre a origem das línguas, de Jean-Jacques Rousseau (1781), e a Antropologia do ponto de vista pragmático (1798) de Emmanuel Kant.

Porém, apenas no final do século 19 a Antropologia se estrutura como ciência propriamente dita, com duas abordagens definidas: a corrente evolucionista, com Condorcet, Teillard de Chardin e Bergson; e a corrente positivista, introduzindo uma mensuração do homem, com a antropometria e a antropologia física de Broca e Franz Boas. Paralelamente, a esses movimentos, desenvolve-se a etnologia como conhecimento da cultura e sociedade dos povos conquistados, dentro do contexto político e econômico de elaboração de estratégias ditas “científicas” que justificassem sua dominação.

A partir da metade do século 20, a etnologia foi se reinventando e se livrando das determinações históricas que presidiram seu nascimento, enquanto a antropologia física já havia demonstrado sua ineficiência para compreender o homem e justificar a dominação dos povos.   O termo Antropologia, que antes designava a antropologia física e seus entraves ideológicos, como a teoria das raças, designa hoje a ciência humana que estuda as leis fundamentais que regem as sociedades e todas as criações do homem enquanto produtor de cultura e tecnologia, tornando-se uma ciência interdisciplinar, já que a complexidade do mundo humano exige o diálogo permanente entre a Antropologia e as outras ciências como a biologia, a paleontologia, a arqueologia, o direito, a filosofia, a história, a sociologia, a linguística, a teologia, a psicanálise, etc.

[O Antropólogo Darcy Ribeiro e indígena Urubu Ka’apor, 1950]

Só que o que é humano não acabou ainda de se revelar. Nós, humanos terrestres, com toda a diversidade e complexidade que nos caracteriza, temos sido confrontados pelo contato com civilizações extraterrestres, que se declaram tão humanas quanto nós, e se apresentam com um avanço cultural, científico e tecnológico, muito além da nossa imaginação. Esse fato nos coloca num momento histórico análogo àquele que fundou a Antropologia como conhecimento do homem no século 18, quando a expansão marítima revelou humanidades desconhecidas até então, obrigando o esforço epistemológico de sistematização de um conhecimento novo. Embora descobridores e descobertos fossem todos humanos daqui mesmo, o desconhecimento e a lógica de dominação econômica de regiões remotas do mundo levou a grandes discussões teológicas sobre se seriam humanos e teriam alma, justificando assim sua escravização para atender à demanda de mão de obra para a exploração econômica.

A Antropologia e o paradigma alien:

Estamos hoje, diante das outras humanidades cósmicas que vêm se revelando aos humanos da Terra, na mesma posição de vulnerabilidade que os povos ancestrais descobertos em todo o mundo pela expansão marítima europeia. O impacto do contato com civilizações cósmicas amplifica de maneira considerável os efeitos do encontro com humanidades desconhecidas, que já experimentamos na Terra. Entretanto, o encontro com civilizações humanas extraterrestres obriga, de saída, a uma ressignificação filosófica sobre o lugar e o papel do homem terrestre, em posição de inferioridade científica e tecnológica, na criação e no universo; a um aprofundamento do conhecimento de si mesmo face à perda de sua primazia como espécie; e ao conhecimento de que humanidades são essas, de que civilizações se trata, para que possa se relacionar com elas.

Nossas ciências, exatas ou humanas, estão no momento científico apontado pelo profícuo editor desta prestigiosa revista. Flori Antonio Tasca, em recente livro publicado, avança a tese de que a incorporação do paradigma alien (Tasca, 2023)1, isto é, o reconhecimento da existência de civilizações extraterrestres que nos visitam, torna-se incontornável para a nossa ciência dado o nosso avanço tecnológico. A exploração espacial projeta a humanidade como civilização cósmica e o nosso avanço tecnológico torna cada dia mais evidente a existência de civilizações humanas desconhecidas. A incorporação do novo paradigma levará necessariamente a uma revolução científica.

Vem então se definindo e impondo, no campo da Antropologia, e da Ufologia – que é no nosso entender uma ciência interdisciplinar em elaboração – uma Exoantropologia que seja capaz de processar o conhecimento transmitido pelas civilizações cósmicas que nos visitam afirmando sua identidade humana.

A Antropologia define a espécie humana a partir de algumas de suas características: a bipedia, a morfologia, a capacidade de simbolização, com o desenvolvimento da linguagem e a de produzir cultura, ciência e tecnologia, modificando seu meio natural. A única característica que a diferencia totalmente das outras formas de vida na Terra é o desenvolvimento da linguagem articulada, que evidencia um funcionamento cognitivo, mental e uma forma de inteligência, que é específica da espécie humana.

Grande número de humanoides se apresenta para nós2, não apenas afirmando sua identidade humana, como apresentando as características que nos definem como humanidade: a morfologia bípede, a linguagem articulada – embora na maioria dos contatos a linguagem articulada seja transmitida telepaticamente – cultura, ciência e tecnologia, revelando afinidades de inteligência, funcionamento psíquico e mental que, se não conseguimos compreender por estarem muito além do que produzimos na Terra, são passíveis de serem intuídos e concebidos no estágio de desenvolvimento atual da nossa civilização, a ponto de podermos extrair conhecimento de engenharia reversa, por exemplo.

Os extraterrestres por eles mesmos, para romper com o antropocentrismo terrestre.

[Lallá Barretto entrevista Rosa Abreu, São Luís, MA, 2016]

O conhecimento dessas exohumanidades, além da observação dos objetos não identificados que produzem, nos é transmitido através dos variados tipos de contato, mas, sobretudo através dos relatos de testemunhas que estiveram em contato direto com os seres representantes dessas civilizações e até alegam ter visitado seus planetas de origem. Quando se trata da transmissão de uma experiência ufológica, é necessário elaborar um método capaz de ao menos driblar a natureza plástica do relato humano, que recria a realidade da experiência quando tem que transformá-la em linguagem comunicável aos outros humanos, a diversidade de motivações que podem levar uma testemunha a inventar uma experiência que aconteceu parcialmente, ou até mesmo que nunca aconteceu.

Nossa grande curiosidade é de saber quem são esses humanos cósmicos: o que pensam, como pensam, quanto tempo vivem, como vivem, em que acreditam, o que querem e desejam, quais os princípios de sua linguagem, inteligência, ciência e tecnologia, como morrem? Como podemos validar as diferentes informações contidas nas comunicações dos alegados exohumanos?  A Exoantropologia está interessada em definir o grau de credibilidade dessas informações, para que ao estabelecermos contato com civilizações extraterrestres tenhamos as referências próprias a essas exohumanidades, que nos permitam sair do etnocentrismo terrestre, daquilo que imaginamos que elas são, a partir de nós mesmos.

A credibilidade interna dos relatos ufológicos: a concordância de informações nos diferentes relatos.

A elaboração de um método científico é um work in progress para qualquer ciência, e muito mais ainda para o conhecimento ufológico, cujo estatuto de ciência3 só será alcançado com a elaboração e sistematização dos métodos. Ao longo dos nossos artigos4 viemos elaborando nossa metodologia de abordagem da credibilidade dos relatos. Vamos relembrar os três tipos de parâmetro que definimos para considerarmos as informações contidas num relato como de alta credibilidade e, portanto úteis na busca de conhecimento dessas exohumanidades: 1. a credibilidade externa ao relato; 2. a credibilidade interna do relato; 3. os mecanismos terrestres e extraterrestres de acobertamento do relato.

Definimos a credibilidade interna do relato5, levando em conta a idoneidade dos atores envolvidos; a consideração dos indicadores de credibilidade dos relatos orais desenvolvidos pela antropologia, pela sociologia, mas também, e, sobretudo, pela psicanálise e psiquiatria, que desenvolveram marcadores úteis para distinguir um relato delirante de um relato que veicula uma realidade efetivamente vivida; a invariabilidade dos relatos ao longo do tempo; a concordância de informações contidas em diferentes relatos; e, fator da maior importância, a consonância das informações contidas com a racionalidade humana. Nesse quesito nos interessamos particularmente pelos relatos que trazem informações extraídas de sua ciência, em linguagem científica.

Dona Irene Granchi, a grande matriarca da Ufologia brasileira, ao publicar o relato da contatada Lucy Gallucci, já sugere abordar as concordâncias como método, afirmando que “a relatora, D. Lucy Gallucci, é pessoa de toda confiabilidade. Notem que a ocorrência foi em 1954 ou 1956, quando ninguém entre nós tinha familiaridade com os assuntos abordados aqui. Para quem estiver familiarizado com o caso de Bianca e Hermínio Reis, este trabalho será motivo de confrontos e paralelos.”6

Marco Petit, sempre pioneiro, começa a investigar o paralelo a partir de 1980, trabalhando sobre as concordâncias de informações contidas nos relatos de Lucy Galluci (1954 ou 1956) e de Maria Aparecida de Oliveira Bianca e Hermínio Reis (1976), confrontando-os com os vestígios arqueológicos e paleontológicos para creditar sua hipótese da antiguidade e origem extraterrestre da espécie humana. Petit se situa no campo da Exoantropologia ao afirmar em Os discos voadores e a origem da humanidade (PETIT, 2017) 7 que, “parece existir um grupo formado por várias civilizações, cuja aparência e morfologia de seus representantes, quando não são exatamente iguais às nossas, guardam muitas semelhanças com o homem. Através de contatos com representantes destas civilizações, os contatados têm recebido informações a respeito da origem extraplanetária de nossa humanidade e de processos migratórios, colonizadores.”8 A riqueza dessa abordagem nos leva a integrá-la dentre os fatores a serem considerados em nossa metodologia de credibilidade interna dos relatos, pois revelam as coerências ou incoerências das informações comunicadas por alegados extraterrestres.

Vamos fazer neste artigo um novo paralelo, entre os relatos de Lucy Gallucci e Bianca Reis e o relato de Elisabeth Klarer. Desses três depoimentos emerge a questão do cataclismo. Os depoimentos de Klarer e Bianca relatam eventos similares. O relato de Lucy Galluci se refere a múltiplos eventos cataclísmicos, não apenas a um grande evento como os dois anteriores. Veremos que, longe de invalidar os dois outros depoimentos, o relato de Gallucci vem completá-los. Os três relatos se encaixam como peças de um quebra-cabeça cuja imagem se adequa às últimas descobertas da paleoantropologia e da arqueologia no nosso planeta, ideia desenvolvida por Petit em Os discos voadores e a origem da humanidade.

Três relatos sobre cataclismos:

Elisabeth Klarer (1917-1954):

Elisabeth Klarer nasceu na África do Sul e desde 1917, aos sete anos de idade teve avistamentos impressionantes, testemunhados por muitas pessoas, e que culminaram em contatos de quinto grau, a partir de 1954, com visitas a uma nave e o encontro amoroso com um dos tripulantes, que se identificou como o astrofísico Akon, de quem alega ter tido um filho no planeta Meton, situado no sistema estelar Alpha Centauri, onde permaneceu durante quatro meses para dar à luz, em 1959. O relato impressionante de Elisabeth, Beyond the light barrier9, contém inúmeras informações científicas coerentes com a física quântica e o comportamento que observamos nos discos voadores, positivando nosso principal critério para considerar um relato ufológico como interessante para nos informar sobre os aspectos antropológicos de uma civilização.

Em nosso último artigo para o CIFE, “Alpha Centauri: endereço cósmico e acobertamento extraterrestre” novamente interrogamos as informações científicas do relato, confrontando o que foi transmitido por Akon sobre o Sol, o sistema solar, e o sistema Alpha Centauri, com o que a nossa ciência sabe hoje sobre o funcionamento das estrelas e a possibilidade de vida nesses sistemas estelares.

Maria Aparecida de Oliveira Bianca (1976):

Maria Aparecida de Oliveira Bianca foi abduzida com seu companheiro Hermínio Reis, em 1976. Dentro da nave, conversaram com o extraterrestre Karran, por meio de um aparelho de tradução, sobre religião e a origem extraterrestre da humanidade. Karran declara vir do planeta Klermer, que situa vagamente “a uma distância ainda não conhecida do homem da sua Terra”.

Outros encontros com Karran aconteceram aqui na Terra, em lugares indicados por ele. Nessas oportunidades, Bianca aprendeu a Técnica Física para a Conquista da Auto Consciência, que constitui propriamente o impacto social do contato com Karran, pois inúmeras pessoas procuraram ser instruídas por Bianca, experimentando a eficácia da técnica ensinada para sair do corpo e tomar consciência da existência e autonomia da alma. Bianca, pela qualidade de seu interesse e engajamento no contato, tornou-se a principal interlocutora de Karran, publicando As possibilidades do infinito: de um contato de 3º grau à Conquista da Autoconsciência.10  Trataremos das informações contidas nesse relato.

Lucy Gallucci (1954 ou 1956):

Lucy Gallucci era uma jovem estudante natural do Rio de Janeiro, que passava férias na cidade de Santanésia, no mesmo estado. Foi protagonista, em ano não muito preciso, 1954 ou 1956, de um contato bastante próximo, entabulando uma conversa amigável com um ser que, embora parecesse uma pessoa comum, apresentava também muitas diferenças, que não foram motivo de medo ou apreensão de sua parte, transmitindo ao contrário paz e confiança. Esse ser é chamado por Lucy de Amigo Misterioso no relato, pois não disse seu nome, nem sua origem cósmica.

A grande interlocutora de Lucy Gallucci para a transmissão de sua história foi Dona Irene Granchi, a quem enviou seu depoimento por escrito. Dona Irene publicou o relato de que tratamos neste artigo sob o título “Mais um modelo de contatada” na Revista OVNI.11

O cataclismo de Akon, Karran, e o Amigo Misterioso

Akon

“O Sol, no passado, mostrou sinais de sua natureza variável, a coroa se expandindo com radiações letais para engolir os planetas, destruindo toda a flora e fauna.”12

“Vênus morreu no último ciclo de expansão solar, quando toda a flora e fauna foram destruídas por radiações estelares letais.”13

“Nossa civilização existia na Terra eras atrás, depois que saímos do planeta mãe, Vênus.”14

“A Terra sobreviveu ao último ciclo de expansão solar, embora tenha matado um grande  número de terríveis lagartos que se desenvolveram de forma extravagante no clima subtropical.”15

“Meu nome é Sheron16 (…) Meus ancestrais permaneceram na Terra para estudar o ciclo Pleistoceno de expansão solar.”17

“(…) ao longo dos séculos o ambiente da estrela variável (…) teve um efeito negativo (…) Eles se tornaram inconscientes e destrutivos, quase destruindo a Terra muitas (…).”18

Karran

“Antes do seu mundo ser habitado, íamos muito à sua Terra e nela encontramos vida animal e vegetal, mas não havia ainda vida humana.”19

“Estudamos os climas, as condições ambientais e o próprio planeta em si.” 20

“(…) resolvemos semear o seu planeta (…): cada planeta trouxe para sua Terra, não somente pessoas, mas também plantas, animais (…)”21

“(…)o planeta luz (referindo-se ao sol) emitiu forte carga de energia que atingiu seriamente o seu planeta e todo o seu sistema solar.”22

“As pessoas que aqui havíamos deixado, não mais existiam neste planeta e as gera gerações que restaram não mais nos reconheciam.(…) seus neurônios haviam sido danificados pela radiação (…) todo conhecimento foi esquecido (…) todos estavam embrutecidos e inconscientes.”23

Amigo Misterioso

“(…) teria havido um tempo em que certos planetas teriam chegado a um grau de ‘superpopulação’ que (…) em breve problemas insuperáveis surgiriam.”24

“(…) uma solução (…) seria o êxodo em massa para planetas de conformação similar (…) já com vegetação ou animais em estágio inicial de vida e assim ideais para serem colonizados.” 25

“(…) a Terra, receberia povos oriundos de 3 planetas diferentes (…) com características diferentes fisiologicamente, poderiam com o correr do tempo fundir-se em uma única raça.”26

“Civilizações surgiram e desapareceram, Guerras e cataclismas mudaram a face da Terra e a face dos homens. E o homem regredindo sempre.”27

Conclusões:    

Nossos cientistas extraterrestres, Akon, Karran, e o Amigo Misterioso tinham como interlocutoras pessoas que, apesar de terem cultura, estavam longe de dominar a linguagem científica de seu tempo, os anos 1950. A partir justamente da metade do século 20, o avanço científico e tecnológico que temos hoje sofreu uma aceleração que nos levou ao desenvolvimento da física quântica e à conquista espacial. Comunicaram certos conhecimentos em linguagem acessível à sua compreensão, recorrendo a imprecisões de tempo e espaço: Akon fala de “eras atrás”, Karran “de um tempo ainda desconhecido do homem”, e o Amigo Misterioso é ainda mais vago ao dizer que a origem de cada um é “o lugar onde estivéssemos”. Por outro lado, são recorrentes as afirmações, nos relatos com conteúdo científico, da dificuldade que os seres apontam quanto o abismo que existe para traduzir sua avançada ciência na nossa linguagem, considerada pobre de recursos, e também o cuidado de introduzir erros e incongruências para impedir que a nossa espécie se apodere de conhecimentos que não saberia usar.

Inútil, portanto procurarmos uma correspondência perfeita de informações objetivas. Os três transmitem, porém, cada um à sua maneira, o mesmo cenário: os cataclismos e sua influencia decisiva para a vida humana na Terra. Akon e Karran informam sobre cataclismos similares causados pela atividade solar, mas em momentos que parecem diferentes. Teria havido dois cataclismos solares, num espaço de tempo relativamente curto? E o Amigo Misterioso informa sobre sucessivos cataclismos ambientais, que poderiam ser consequência das irradiações letais da nossa estrela, mas num momento em que as civilizações humanas já se desenvolviam no nosso planeta.

Akon é o que transmite mais detalhes sobre a passagem de sua civilização na Terra. Refere-se à nossa classificação do tempo geológico, dando indicações que nos permitem inferir um tempo de muitos milhões de anos, que se sobrepõem ao tempo de Karran e do Amigo Misterioso. Todos partem de um tempo em que não havia vida humana no planeta, apenas plantas e animais.

O cataclismo de Akon foi o mesmo que, segundo ele28, extinguiu os dinossauros, devastando toda a vida em Vênus, seu planeta de origem. Sabemos que essa extinção em massa ocorreu a aproximadamente 135 milhões de anos, no período Cretáceo da era Mesozoica, em que outras vidas animais e vegetais por outro lado surgiram. Os primeiros hominídeos aparecem na época Piloceno, do período terciário da era Cenozoica, há 5, 2 milhões de anos. Esse é o período em que não havia vida humana na Terra, apenas plantas e animais. Teria sido esse espaço de tempo em que a vida humana foi “plantada” na Terra? A civilização de Akon parece ter deixado nosso sistema solar rumo a Alpha Centauri há 1,6 milhões de anos, pois ele afirma que deixaram aqui remanescentes de sua civilização para estudar o Pleistoceno, época do aparecimento do homem, cujo vestígio mais antigo são os fósseis encontrados em 2017 no Marrocos, datados de 300 mil anos. Aqui ficaram remanescentes de sua civilização. A atividade solar, considerada variável29 , teve ao longo do tempo efeito negativo sobre o homem, obscurecendo suas faculdades mentais, tornando-o uma espécie destrutiva, movida pelo medo. Essas características humanas bem conhecidas são indicadas como consequência de problemas ambientais causados pelo Sol! Achamos isso fantástico!

Karran não menciona o cataclismo solar como responsável pela instalação de humanos extraterrestres em nosso planeta. Civilizações avançadas, numa época em que não havia humanos na Terra, estudaram nosso planeta, concluindo haver condições ambientais para a vida de pessoas, plantas e animais provenientes de planetas com condições similares, resolvendo assim “semear” a Terra. Não dá nenhuma precisão sobre o numero de planetas que estiveram envolvidos nessa empreitada. Também não menciona nenhuma outra causa que tivesse impulsionado esses povos a procurar outra residência.

Mas o Amigo Misterioso afirma terem sido três os povos de etnias diferentes, oriundos de planetas distintos, que viram na Terra a mesma oportunidade ambiental relatada por Karran, movidos, porém pela iminência de um cataclismo socioeconômico ambiental, a superpopulação, que obrigava o êxodo em massa para garantir a sobrevivência dessas espécies.

Para Akon e Karran as consequências do cataclismo solar no Pleistoceno foram nefastas, obrigando o primeiro à mudança para Alpha Centauri, danificando os neurônios dos humanos aqui implantados, levando ao esquecimento de todo conhecimento, tornando-os embrutecidos e levando a um processo de regressão de sua humanidade.

O Amigo Misterioso informa sobre cataclismos sucessivos e guerras, fala sobre civilizações que surgiram e desapareceram, num processo contínuo de regressão das capacidades humanas.

Os fósseis de hominínios30 encontrados pela paleoantropologia atual, associados a vestígios arqueológicos de cultura rudimentar, seriam dos sobreviventes dessas vicissitudes ambientais catastróficas, quando o cérebro humano teria sido gravemente afetado, levando ao esquecimento das avançadas civilizações anteriores? A paleontologia não conseguiu até hoje encontrar o procuradíssimo elo perdido, o fóssil que estabeleceria uma linha ininterrupta de evolução até o homo sapiens. Muito pelo contrário, é uma diversificação de espécies humanas que vem sendo descoberta, e que conviveram em algum momento: homem de Neandertal (Alemanha, 1856), homo Florencis (Ilha de Flores, Indonésia, 2003), homo Luzonensis (Luzon, Filipinas, 2007), homem de Denisova (Sibéria 2010 e Tibet 2020), para citarmos apenas algumas certificadas e não nos aventurarmos muito no emaranhado complexo de pesquisas ainda em curso. Os vestígios desses hominínios foram encontrados no Pleistoceno a partir de 700 mil anos.

Por outro lado, a pesquisa paleontológica e arqueológica questiona há muito tempo monumentos como as pirâmides egípcias e maias, cidades como Tiahuanaco, na Bolívia, templos como Gobekli Tepe, na Turquia – citando apenas alguns das centenas de enigmas nunca resolvidos da história humana – como testemunhos de avançadas tecnologias encontradas ao mesmo tempo em que vestígios humanos estão associados a culturas rudimentares.

Todo esse cenário nos permite pensar que grupos regrediram até os primeiros estágios da cultura humana no cataclismo solar do Pleistoceno, mas que muitas civilizações remanescentes da implantação humana extraterrestre na Terra foram paulatinamente dizimadas pelos sucessivos cataclismos relatados pelo o Amigo Misterioso. Esses sucessivos cataclismos são também mencionados por Akon, que os relaciona sempre com o funcionamento natural da nossa estrela. Nossa ciência vem desencavando o passado caótico da humanidade na Terra, como nos restitui a obra esclarecedora, fascinante e indispensável de Graham Hancock.

Voltando à vaca fria!

Mas nosso problema no início deste artigo não era traçar nenhum tipo de cronologia da vida humana na Terra, nem provar sua antiguidade! Embora essa pesquisa nos apaixone, nosso problema era metodológico: afinar parâmetros de credibilidade dos relatos ufológicos, fazendo um paralelo entre três relatos que falam de cataclismos e suas consequências para a humanidade, para testar a coerência das informações entre si.

Vimos que traçam uma história que se desenrola em milhões de anos, de maneira coerente e até complementar. Estabelecido mais esse aspecto da credibilidade interna dos três relatos, poderemos nos voltar para as detalhadas informações do testemunho de Elisabeth Klarer sobre a civilização humana do planeta Meton, em Alpha Centauri: quem são eles, como são, como vivem, e, sobretudo como amam e se reproduzem com outras espécies para renovar a sua própria. A dimensão cósmica do amor é central na experiência de Elisabeth e sempre abordada na maioria dos contatos com extraterrestres. Abordaremos essa dimensão em escritos futuros.

Sendo Alpha Centauri o sistema estelar mais próximo de nós e objetivo de diversas incursões da nossa tecnologia num futuro próximo, vai que encontramos essa gente por lá!

                                                Rio de Janeiro, 26 de abril de 2023.

Notas:

1 TASCA, Flori A. O paradigma Alien, revolução nas ciências sociais. Kindle, 2023.

2  TICHETTI, T. L. Guia da Tipologia Extraterrestre. Campo Grande, MS: Biblioteca Ufo, 2014. Para um execelente resumo da questão exoestraterrestre.

3  Ver nossa palestra Ufologia e Ciência, uma questão de objeto,  proferida na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em 25/10/2019 e publicada na Revista Internacional Ufo Truth Magazine, Ufology and Science, a matter of object . Ver também Ufologia: uma ciência em construção ou apenas uma pseudociência, entrevista com o professor e pesquisador Fernando Moreira da UFSCAR, publicada na Revista Ufo.

4  Ver nossos artigos “O contato de longa duração ou eles já estão entre nós” ; “A ilha João Donato e as Cartas Ummitas ”; “Contato de 1°grau: Antonio Conselheiro e os sertanejos, sobre o relato de testemunhas”;“O mapa cósmico de Betty Hill”; “Exoantropologia: a busca por outras humanidades”. [ www.lallabarretto.comRevista Cosmovni 01 e Revista Cosmovni 02]                                       

5  Ver nosso artigo do CIFE: “Alpha Centauri, endereço cósmico e acobertamento extraterrestre”.

6  Revista OVNI Documento nº 7, Rio de Janeiro, Abril/Junho 1980, p. 6.

7  PETIT, Marco Antonio. Os discos voadores e a origem da humanidade. Limeira, SP: Conhecimento, 2017.

8  Idem, p. 79-80.

9  KLARER, E. Beyond the light barrier. Kindle.

10  BIANCA, pseud de Maria da Aparecida de Oliveira. As possibilidades do infinito: de um contato de 3º grau à conquista da autoconsciência. São Paulo, Kópyon, 1987.

11  Revista OVNI Documento nº 7, Rio de Janeiro, Abril/Junho 1980.

12  KLARER, E. Beyond the light barrier. Kindle, p.87.

13  Idem, p.87.

14  Idem, p.87.

15   Idem, p.87.

16  Outros interlocutores, além de Akon, intervêm no relato.

17  KLARER, E. Beyond the light barrier. Kindle, p.98..

18   Idem, p.87.

19  BIANCA, pseud de Maria da Aparecida de Oliveira. As possibilidades do infinito: de um contato de 3º grau à conquista da autoconsciência. São Paulo, Kópyon, 1987,p.40.

20  Idem, p.40.

21  Idem, p.40.

22  Idem, p.40.

23  Idem, p.41.

24  Revista OVNI Documento nº 7, Rio de Janeiro, Abril/Junho 1980, p.7.

25  Idem, p.7.

26  Idem, p.7.

27  Idem, p.7.

28 A teoria mais aceita pela ciência terrestre atribui a extinção dos dinossauros à queda de um meteoro.

29  Nossa ciência considera o Sol uma estrela muito pouco variável. Ver sobre isso no nosso artigo “Alpha Centauri, endereço cósmico e acobertamento extraterrestre”.

30 A taxinomia atual designa como hominínios o gênero humano e seus ancestrais, reservando o termo hominídeo para designar de forma genérica os humanos, chimpanzés, bonobos, gorilas, orangotangos e seus ancestrais.

Créditos Imagens:

Imagem 1: wikimedia.org

Imagem 2: socialistamorena.com.br

Imagem 3: Arquivo pesquisadora Lallá Barretto

Imagem 4: Auto-retrato astridstark1

Imagem 5: Auto-retrato pinterest

Imagem 6: Imagem meramente ilustrativa pinterest